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Grupo pede permanência de Juca Ferreira no MinC
Movimento "Fica Juca" surge após divulgação de possíveis ministeriáveis
Como reação, ex-secretário responsável por pontos de cultura vem a público defender mudança na pasta
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
Nas áreas econômicas do
governo seria impensável algo assim. Mas, na cultura, as
discussões em torno do nome a ser apontado por Dilma
Rousseff para o ministério
ganham contornos de performance. De intervenção, até.
O dramaturgo Zé Celso
Martinez Corrêa propôs-se a
organizar a cena mal começaram a vir à tona os nomes
dos possíveis candidatos ao
Ministério da Cultura (MinC).
Em entrevista à Folha, o
criador do Oficina desfiou o
conceito de antropofagia para defender a permanência
de Juca Ferreira, segundo homem de Gil que, há dois
anos, assumiu o posto.
"O PT vê a cultura como
instrumento político", diz
Corrêa. "O Gil e o Juca [Ferreira] acabaram com a política
de balcão, fizeram uma revolução. O voto na Dilma foi pela continuidade. Esse ministério tem que continuar."
Outro a defender, de modo
enfático, a atual gestão é o
maestro John Neschling. "A
gestão do Juca foi, antes de
mais nada, democrática. Ele
teve posições claras, se expôs
a críticas", diz o ex-diretor da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).
"Por que a sanha de mudar?"
Cabe lembrar que Nes-
chling lidera a Companhia
Brasileira de Ópera, nascida
com o apoio do MinC.
A unir os nomes pró-Juca
-o dramaturgo Aderbal Freire Filho e o estilista Ronaldo
Fraga entre eles- está o argumento de que, na prática,
ele teve apenas dois anos à
frente da pasta. Os outros
seis foram conduzidos por
Gilberto Gil.
Haveria, além disso, o temor de que o MinC vire, de
novo, mera moeda política
ou assento confortável para
intelectuais.
Conforme o movimento
pró-Juca foi vindo a público,
porém, seu antídoto também
começou a ser preparado. O
ex-secretário do MinC, Célio
Turino, que cuidou dos pontos de cultura, escreveu um
texto que começou a circular
nestes dias pela internet.
"Oito anos de gestão continuada é muito tempo, gera
vícios, pequenos grupos de
interesse e patotas", escreve.
"Uma mudança seria muito
saudável e não significa deixar de lado as conquistas."
Ferreira, por ora, não fala
sobre o assunto, mas, aqui e
ali, faz suas aparições. Hoje,
vem a São Paulo para encerrar um encontro sobre cultura digital, na Cinemateca.
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