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CD parece tapete mágico que não voa
do enviado especial
Já que o negócio é citação. Lá vai
uma de um ditado russo: "Se quiser ser universal fale de sua aldeia".
Eis o problema de "As Mil e
Uma Aldeias". A viagem proposta
lembra aqueles pacotes de turismo
que permitem conhecer 30 cidades
de dez países diferentes em 15 dias,
do tipo "Arábia maravilhosa".
Não haveria grande problema se
não houvesse nenhuma pretensão.
Mas o disco não consegue oferecer
tudo aquilo que pretende.
Essa releitura da obra de João
Bosco com um olhar para o futuro
não funcionou.
Costura
A faixa título que abre o disco
-o "abre-Alás", como brinca
Francisco- é um emblema.
Se enfiar cítara em um samba-enredo tem um resultado interessante, as diversas passagens da
música são tão compartimentadas
que fica a impressão de uma costura mal feita -há dúvidas de que
essa costura pudesse ser feita.
As letras não ajudam. Francisco
tem um fardo pesado para carregar. Se sai melhor quando é mais
simples. Grande violonista e bom
cantor -a despeito de floreios vocais exagerados-, João Bosco já
fez melhor. É pena, mas esse tapete
não é mágico.
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