São Paulo, quarta, 17 de dezembro de 1997.




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CD parece tapete mágico que não voa

do enviado especial

Já que o negócio é citação. Lá vai uma de um ditado russo: "Se quiser ser universal fale de sua aldeia".
Eis o problema de "As Mil e Uma Aldeias". A viagem proposta lembra aqueles pacotes de turismo que permitem conhecer 30 cidades de dez países diferentes em 15 dias, do tipo "Arábia maravilhosa".
Não haveria grande problema se não houvesse nenhuma pretensão. Mas o disco não consegue oferecer tudo aquilo que pretende.
Essa releitura da obra de João Bosco com um olhar para o futuro não funcionou.
Costura
A faixa título que abre o disco -o "abre-Alás", como brinca Francisco- é um emblema.
Se enfiar cítara em um samba-enredo tem um resultado interessante, as diversas passagens da música são tão compartimentadas que fica a impressão de uma costura mal feita -há dúvidas de que essa costura pudesse ser feita.
As letras não ajudam. Francisco tem um fardo pesado para carregar. Se sai melhor quando é mais simples. Grande violonista e bom cantor -a despeito de floreios vocais exagerados-, João Bosco já fez melhor. É pena, mas esse tapete não é mágico.



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