São Paulo, Sexta-feira, 17 de Dezembro de 1999


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ARTES PLÁSTICAS
Museu londrino terá novo prédio em maio do ano que vem
Tate ganha "irmã" para exibir arte do século 20

de Londres


A Tate Gallery, um dos principais museus de arte de Londres, vai ganhar uma "irmã", a Tate Modern. Um projeto orçado em cerca de R$ 400 milhões dará vida, em 12 de maio do ano que vem, a um novo museu para abrigar a coleção de arte do século 20 da Tate, que inclui trabalhos de Picasso, Dalí, Matisse, Mondrian, Duchamp e Warhol, entre outros.
O novo prédio está sendo construído a partir da reforma de uma antiga usina de energia termoelétrica. Já o edifício original, inaugurado em 1897, vai ser rebatizado como Tate Britain, onde será exposta a coleção de arte britânica do século 16 ao 19.
A Tate Britain, que também está sendo reformada a um custo de R$ 100 milhões, vai ser reinaugurada em 24 de março.
"Desde os anos 50, o acervo da Tate dobrou, e o número de visitantes cresce sem parar. A única alternativa para manter um lugar de destaque era a criação de um novo prédio", disse à Folha um porta-voz da galeria.
A direção do museu estima em 2 milhões o número anual de visitantes. O espaço da Tate Gallery foi ficando tão reduzido que, atualmente, apenas 20% do acervo de cerca de 8.000 obras podia ser mostrado de uma só vez.
Agora, esse percentual deve dobrar, e ainda haverá mais espaço para exposições temáticas e mostras de artistas contemporâneos.
O museu também promete intensificar o ritmo das aquisições de obras, tanto de séculos passados como de arte moderna. Em ambas as novas galerias a entrada permanecerá sendo gratuita -apenas exposições temporárias serão pagas.
O projeto da Tate Modern, na verdade, é uma grande "reforma" da Bankside Power Station, projetada no início do século pelo arquiteto Giles Gilbert Scott -o mesmo criador das cabines telefônicas vermelhas de Londres.
A novidade fica por conta de um teto transparente, de vidro, que permitirá a iluminação natural dos sete andares do edifício.
A maior dificuldade enfrentada pelos responsáveis pelo projeto, elaborado há sete anos, será a distância física que vai separar as duas Tates (cerca de 3 km).
A Tate Britain estará localizada na margem norte do Tâmisa, no centro da cidade, enquanto a Modern, na margem sul, ficará próxima ao centro financeiro de Londres, no leste.
"O desafio é manter certa unidade entre os prédios, que continuarão a ser administrados de forma conjunta. Não queremos que as galerias sejam vistas como dois museus diferentes, mas como duas partes do mesmo", afirmou o porta-voz da Tate Gallery.
A solução encontrada é estabelecer ligações diretas de ônibus e barco, bem como a criação de rotas para bicicletas e pedestres.
Além desses projetos, a Tate Gallery também planeja reformas em suas duas outras "filiais", localizadas em Liverpool e na cidade de St. Ives, na Cornualha (sudoeste da Inglaterra). (FÁBIO ZANINI)


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