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ARTES PLÁSTICAS
Museu londrino terá novo prédio em maio do ano que vem
Tate ganha "irmã" para exibir arte do século 20
de Londres
A Tate Gallery, um dos principais museus de arte de Londres,
vai ganhar uma "irmã", a Tate
Modern. Um projeto orçado em
cerca de R$ 400 milhões dará vida,
em 12 de maio do ano que vem, a
um novo museu para abrigar a
coleção de arte do século 20 da
Tate, que inclui trabalhos de Picasso, Dalí, Matisse, Mondrian,
Duchamp e Warhol, entre outros.
O novo prédio está sendo construído a partir da reforma de uma
antiga usina de energia termoelétrica. Já o edifício original, inaugurado em 1897, vai ser rebatizado como Tate Britain, onde será
exposta a coleção de arte britânica
do século 16 ao 19.
A Tate Britain, que também está
sendo reformada a um custo de
R$ 100 milhões, vai ser reinaugurada em 24 de março.
"Desde os anos 50, o acervo da
Tate dobrou, e o número de visitantes cresce sem parar. A única
alternativa para manter um lugar
de destaque era a criação de um
novo prédio", disse à Folha um
porta-voz da galeria.
A direção do museu estima em
2 milhões o número anual de visitantes. O espaço da Tate Gallery
foi ficando tão reduzido que,
atualmente, apenas 20% do acervo de cerca de 8.000 obras podia
ser mostrado de uma só vez.
Agora, esse percentual deve dobrar, e ainda haverá mais espaço
para exposições temáticas e mostras de artistas contemporâneos.
O museu também promete intensificar o ritmo das aquisições
de obras, tanto de séculos passados como de arte moderna. Em
ambas as novas galerias a entrada
permanecerá sendo gratuita
-apenas exposições temporárias
serão pagas.
O projeto da Tate Modern, na
verdade, é uma grande "reforma"
da Bankside Power Station, projetada no início do século pelo arquiteto Giles Gilbert Scott -o
mesmo criador das cabines telefônicas vermelhas de Londres.
A novidade fica por conta de
um teto transparente, de vidro,
que permitirá a iluminação natural dos sete andares do edifício.
A maior dificuldade enfrentada
pelos responsáveis pelo projeto,
elaborado há sete anos, será a distância física que vai separar as
duas Tates (cerca de 3 km).
A Tate Britain estará localizada
na margem norte do Tâmisa, no
centro da cidade, enquanto a Modern, na margem sul, ficará próxima ao centro financeiro de Londres, no leste.
"O desafio é manter certa unidade entre os prédios, que continuarão a ser administrados de
forma conjunta. Não queremos
que as galerias sejam vistas como
dois museus diferentes, mas como duas partes do mesmo", afirmou o porta-voz da Tate Gallery.
A solução encontrada é estabelecer ligações diretas de ônibus e
barco, bem como a criação de rotas para bicicletas e pedestres.
Além desses projetos, a Tate Gallery também planeja reformas
em suas duas outras "filiais", localizadas em Liverpool e na cidade
de St. Ives, na Cornualha (sudoeste da Inglaterra).
(FÁBIO ZANINI)
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