São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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Crítica

"A Conversação" mostra um Francis Coppola profundo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"A Conversação" (TCM, 22h; classificação indicativa não informada) é um filme estranho na vida de Francis Coppola porque vem depois de "O Poderoso Chefão" (1972), coincide mais ou menos com o "Chefão 2" (1974) e precede o conturbado e mitológico "Apocalypse Now" (1979).
Em todo caso, estávamos na fase mais pródiga da carreira de Coppola, e de todos não é impossível que este seja o mais profundo dos três, ou ao menos aquele cujas decorrências mais foram sentidas no futuro.
Ou seja, Coppola trata da capacidade, cada vez crescente, de aparelhos de escuta de alta tecnologia investigarem as pessoas e darem fim à própria idéia de privacidade.
Essa tecnologia torna a cultura policialesca, digamos assim, e aponta uma tendência que parece irreversível ao controle das subjetividades não por um sistema político (o fantasma de "1984", por exemplo), mas pelo desenvolvimento de tecnologias cujo fundamento é espiar a vida dos outros da maneira mais completa possível.


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