São Paulo, sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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"Tanto faz", diz Gil sobre ministro da Cultura

Gilberto Gil diz confiar em Dilma na sucessão

PLÍNIO FRAGA
DO RIO

Gilberto Gil nunca esteve tão pouco 68. Figura formuladora do Tropicalismo, lançado ao mundo no ano em que se convencionou dizer que não terminou, Gil só mantém de 68 a idade dos nascidos em 1942.
Não se assusta aos sinais de que a presidente eleita Dilma Rousseff pretende trocar Juca Ferreira do posto de ministro da Cultura. Vê críticas como a que recebeu do produtor de cinema Luiz Carlos Barreto como fruto dos "interesses corporativos" que se unem para influenciar na escolha do novo ministro.
Gil lança ainda o DVD de "Fé na Festa/Ao Vivo", em que faz sua leitura das festas de São João, e de uma caixa com sete filmes nos quais se envolveu de alguma forma. Do Rio, ele falou à Folha.

 


Folha - Pelo que se desenha, Dilma Rousseff fará uma nova escolha para o Ministério da Cultura, em vez de optar pela manutenção.
Gilberto Gil
- Ela tem todo o direito. Tenho impressão de que tanto faz. Se escolher o Juca, estará muito bem servida. Ela conhece bem a gestão do Ministério da Cultura nos oito anos de Lula. Ela acompanhou de perto na Casa Civil. Foi parceira dedicada da agenda do ministério. Se resolver por uma continuidade, estará bem. Se escolher um outro, estará ciosa da importância do Ministério da Cultura. O que quero dizer é isto: ela conhece bem de perto a agenda renovadora, as propostas transformadoras desse ministério. E esse, portanto, é o compromisso dela.

Há uma disputa acirrada entre grupos para influenciar na escolha do novo ministro.
Os posicionamentos, os lobbies se dão como se dá a discussão em relação aos ministérios das Relações Exteriores, do Planejamento, da Fazenda. Os interesses corporativos estão se unindo. Quando se vê uma idiossincrasia do pessoal do cinema, como a do Luiz Carlos Barreto [que defende a saída de Ferreira e que as indústrias culturais façam parte do Ministério da Indústria e do Comércio]... Aquilo é uma área da vida cultural que é a mais industrializada. Falam como se se referissem ao Ministério da Indústria e Comércio. Mas antes de indústria o cinema é cultura. É indústria no fazer, mas a finalidade é cultural.

Caetano disse que Gil foi o Lula do Lula. Quem fará esse papel no governo Dilma?
Deixa eu ver depois, quando os nomes estiverem todos escolhidos, o significado desses nomes. Um será capacitação técnica, outro o compromisso político dela, outro vai ser a Dilma da Dilma.

Pretende seguir na política?
Todas as vezes que entrei foi porque quis, não porque me chamaram. Pode ser, na frente, que me convidem para alguma coisa [risos].


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