|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Documentos explicam a origem do escritor
SIMONE IWASSO
DA REDAÇÃO
"O Chão de Graciliano", exposição organizada pelo Sesc Pompéia, a partir de terça-feira em SP,
apresenta ao público registros e
fotos que contam parte da história do escritor alagoano, como o
relatório de prestação de contas
da cidade de Palmeira dos Índios,
de 1929. Na época, o documento
impressionou o governador de
Alagoas e chamou a atenção do
editor Augusto Frederico
Schmidt para o então prefeito
Graciliano Ramos.
O "chão" do título da exposição
é a região de Quebrangulo, Viçosa, Palmeira dos Índios e Maceió,
em Alagoas, e Buíque, no sertão
de Pernambuco, cidades nas
quais o escritor viveu enquanto
escreveu boa parte de sua obra,
como "Caetés", "Angústia", "Vidas Secas" e "São Bernardo".
Assim como nos personagens
desses livros, que sofrem em seu
corpo e caráter as influências da
vida sertaneja, a reunião de documentos, fotos e objetos da exposição pretende oferecer um panorama da paisagem e do ambiente no
qual se formou o escritor.
"As imagens das cidades, acompanhadas dos documentos e objetos reunidos, mostram o pedaço
de chão no qual Graciliano criou
sua literatura", explica Audálio
Dantas, curador da exposição.
Do acervo do IEB (Instituto de
Estudos Brasileiros da USP), do
Museu da Casa de Graciliano Ramos, de Alagoas, e de coleções
particulares, vieram cartas do escritor para sua mulher, Heloísa
Ramos, o livro de prestação de
contas de Palmeira dos Índios,
manuscritos e provas tipográficas
com correções do escritor.
De Alagoas vieram exemplares
dos jornais que, na década de 20,
recebiam colaborações do escritor, que assinava a coluna "Traços
a Esmo" com pseudônimo de J.
Calisto, e a semanal "Fatos e Fitas", como Anastácio Anacleto.
A mostra se completa com o ensaio fotográfico de Tiago Santana,
que passou pela região de Palmeira dos Índios, além de uma programação com aulas, peças de
teatro, filmes baseados nas obras
do autor e contadores de história.
Texto Anterior: Literatura: Mostra revela face austera de Graciliano Próximo Texto: Política cultural: Cultura de SP terá "filosofia empresarial" Índice
|