São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2009

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Grupo promete transparência na SPFW

DO EDITOR DE MODA

A incorporação da SPFW pela Inbrands gerou, de imediato, uma preocupação no meio da moda. Sendo dona das grifes Ellus, Alexandre Herchcovitch e Isabela Capeto, que desfilam no evento, como administrar a isenção da semana de moda, que congrega só nesta edição outras 37 marcas?
Para o diretor da SPFW, Paulo Borges, a dúvida não faz sentido. "Esse problema não existe. Temos sido muito transparentes na gestão. Todos que participam sabem exatamente o que eu faço aqui. Seria uma idiotice achar que eu privilegiaria três marcas num processo sempre coletivo", afirma.
O presidente da Inbrands, Gabriel Felzenszwalb, garante que o grupo não "mistura" as coisas. "Paulo Borges tem total autonomia editorial na produção do conteúdo. Estamos atuando apenas nos processos administrativos e na produção de novos projetos", diz.
Oskar Metsavaht, da Osklen, diz esperar que, na gestão da SPFW, "se imponha um comportamento ético tanto do grupo quanto da Luminosidade". Ele diz não ter tido problemas com a Luminosidade, desde a aquisição pela Inbrands.
Felzenszwalb lembra que a gestão editorial da SPFW passa por um comitê de estilistas, encarregado de discutir o evento e selecionar as novas marcas. A Folha apurou, no entanto, que esse comitê não tem funcionado há cerca de dois anos.
A Inbrands é um grupo de gestão de marcas criado pelo fundo PCP (Pactual Capital Partners, com cerca de 70 sócios do ex-Banco Pactual) e pelos donos da Ellus, Nelson Alvarenga e Américo Bréia. O PCP tem 50% das ações, e a Ellus, os demais 50%.
Nos negócios da Inbrands, a Ellus é responsável por 80% do faturamento, e as outras marcas do grupo -Luminosidade, Alexandre Herchcovitch e Isabela Capeto- pelos restantes 20%. No faturamento da Luminosidade, a SPFW representa 80%. "A ideia é que ela represente cada vez menos, com a criação de novos produtos", afirma Felzenszwalb.
Para ele, a crise tem um lado "favorável" para a moda: a alta do dólar, que leva os consumidores brasileiros de poder aquisitivo a gastarem mais com o design nacional, em vez de comprarem suas roupas fora do país. Mas há também um lado perigoso. "É a ameaça de desemprego. O clima de incerteza tira o ímpeto de consumir."
Ainda pouco conhecido no meio da moda, Felzenszwalb evita badalações, mas vai ter que encarar a primeira fila dos desfiles das grifes da Inbrands. "É o preço que pago pelo cargo", brinca. (ALN)


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