|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grupo promete transparência na SPFW
DO EDITOR DE MODA
A incorporação da SPFW pela Inbrands gerou, de imediato,
uma preocupação no meio da
moda. Sendo dona das grifes
Ellus, Alexandre Herchcovitch
e Isabela Capeto, que desfilam
no evento, como administrar a
isenção da semana de moda,
que congrega só nesta edição
outras 37 marcas?
Para o diretor da SPFW, Paulo Borges, a dúvida não faz sentido. "Esse problema não existe. Temos sido muito transparentes na gestão. Todos que
participam sabem exatamente
o que eu faço aqui. Seria uma
idiotice achar que eu privilegiaria três marcas num processo
sempre coletivo", afirma.
O presidente da Inbrands,
Gabriel Felzenszwalb, garante
que o grupo não "mistura" as
coisas. "Paulo Borges tem total
autonomia editorial na produção do conteúdo. Estamos
atuando apenas nos processos
administrativos e na produção
de novos projetos", diz.
Oskar Metsavaht, da Osklen,
diz esperar que, na gestão da
SPFW, "se imponha um comportamento ético tanto do grupo quanto da Luminosidade".
Ele diz não ter tido problemas
com a Luminosidade, desde a
aquisição pela Inbrands.
Felzenszwalb lembra que a
gestão editorial da SPFW passa
por um comitê de estilistas, encarregado de discutir o evento e
selecionar as novas marcas. A
Folha apurou, no entanto, que
esse comitê não tem funcionado há cerca de dois anos.
A Inbrands é um grupo de
gestão de marcas criado pelo
fundo PCP (Pactual Capital
Partners, com cerca de 70 sócios do ex-Banco Pactual) e pelos donos da Ellus, Nelson Alvarenga e Américo Bréia. O
PCP tem 50% das ações, e a
Ellus, os demais 50%.
Nos negócios da Inbrands, a
Ellus é responsável por 80% do
faturamento, e as outras marcas do grupo -Luminosidade,
Alexandre Herchcovitch e Isabela Capeto- pelos restantes
20%. No faturamento da Luminosidade, a SPFW representa
80%. "A ideia é que ela represente cada vez menos, com a
criação de novos produtos",
afirma Felzenszwalb.
Para ele, a crise tem um lado
"favorável" para a moda: a alta
do dólar, que leva os consumidores brasileiros de poder aquisitivo a gastarem mais com o
design nacional, em vez de
comprarem suas roupas fora do
país. Mas há também um lado
perigoso. "É a ameaça de desemprego. O clima de incerteza
tira o ímpeto de consumir."
Ainda pouco conhecido no
meio da moda, Felzenszwalb
evita badalações, mas vai ter
que encarar a primeira fila dos
desfiles das grifes da Inbrands.
"É o preço que pago pelo cargo", brinca.
(ALN)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Português é o novo idioma da Índia!!! Índice
|