São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2000


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Indicado ao Oscar não queria o papel

especial para a Folha em Los Angeles

Ao ser apresentado ao Dickie Greenleaf de "O Talentoso Ripley", Jude Law hesitou em aceitar o papel por achá-lo previsível demais. Pensou que seria "uma tarefa pouco estimulante", lembrou, em conversa com a Folha, o ator inglês de 27 anos que surgiu do teatro e de pequenas produções cinematográficas.
Bastaram dois encontros com Minghella para que o talentoso rapaz de nome inspirado na música dos Beatles mudasse de idéia.
"Percebi que Dickie não era aquele filho de papai que nada tinha a dizer e que pouco acrescentaria à minha carreira. Descobri um lado agressivo nele, que não havia observado antes", diz.
Jude aprendeu a entender Dickie, mas confessa ter mais admiração pelo caráter de Ripley.
"Para falar a verdade, eu não sou um grande fã de Dickie", revela. "O interessante não é somente o fato de Ripley querer se passar por Dickie, mas também a preocupação que ele tem com o meu personagem. Ripley quer que Dickie seja perfeito."
Participar do mais novo filme de Minghella foi, segundo Law, uma tarefa relativamente fácil.
"A idéia era mostrar Dickie curtindo cada segundo de sua vida. Então eu aproveitei para me divertir enquanto trabalhava. Mas, como Dickie é uma pessoa que tem tudo e essas pessoas são geralmente odiadas por muitos, procurei fazer com que a platéia não odiasse Dickie por isso. O mais difícil de encarnar esse personagem foi passar para as pessoas aqueles mesmos aspectos de seu caráter que eu não captei quando fui apresentado a ele."
Foi graças ao complexo Dickie que esse ator londrino saiu da obscuridade em Hollywood. Apesar da aparência de garoto, ele trata a profissão com total maturidade -um tanto diferente do menino que iniciou a carreira em um palco de Londres aos 12 anos e aos 15 largou os estudos para seguir os mesmos passos de seu ídolo, Charles Chaplin. (CC)



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