São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA DE AÇÃO

Gondry faz "O Besouro Verde" fugir da mesmice de blockbuster


O DIRETOR ENCARA O FILME COMO O SEU PROTAGONISTA ATACA OS VILÕES: COM HIPERATIVIDADE, EXCITAÇÃO E BOM HUMOR


MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DE FOTOGRAFIA

É difícil imaginar que, entre fãs de comédias de ação do tipo "A Hora do Rush" (1998) existam muitos admiradores do trabalho de Michel Gondry -e vice-versa.
Sendo assim, "O Besouro Verde", que estreia hoje, é um filme que corre sério risco nas bilheterias ao fazer essa mistura: colocar o francês Gondry, com seus tiques de cineasta "indie", para dirigir um blockbuster, uma comédia de ação de Seth Rogen (que, além de atuar, é produtor e coautor do roteiro).
O longa é baseado na série homônima que estreou no rádio nos anos 30 e migrou para a TV nos anos 60, uma daquelas muito mais comentadas (pela presença de um então novato Bruce Lee) do que efetivamente vistas.
Ele conta a história do jovem playboy Britt Reid (Rogen), filho de um milionário dono de jornal que, depois da morte do pai, e durante um porre, decide investir a fortuna da família em uma vida de combate ao crime, criando o alter ego Besouro Verde.
Como é um idiota inapto (ainda que não se dê conta disso), Britt vai precisar das habilidades do ex-mecânico de seu pai, Kato (Jay Chou, no papel vivido por Lee na TV), que além de transformar carros em armas também tem habilidades marciais e força sobre-humanas.
Com esse roteiro, "O Besouro Verde" poderia facilmente descambar para mais do mesmo, mas o estilo Gondry se impõe (principalmente nas incríveis cenas de ação) e o diferencia.
O diretor encara o filme como seu protagonista ataca os vilões: com hiperatividade, excitação e bom humor.
Mas o longa é, em boa parte, um veículo para Seth Rogen fazer seu stand-up comedy (o ator é verborrágico), encarnando a persona que lhe deu fama e que é, basicamente, um jovem Homer Simpson de carne e osso: um idiota nonsense, com excitação e ingenuidade infantis.
Com Rogen ocupando todo o espaço (apesar de estar bem mais magro), os demais atores são basicamente escadas, inclusive Christoph Waltz, a quem os produtores devem ter pedido para que repetisse seu vilão de "Bastardos Inglórios" só que mais caricato e menos assustador.

O BESOURO VERDE

DIREÇÃO Michel Gondry
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Seth Rogen, Jay Chou e Christoph Waltz
ONDE nos cines Cidade Jardim, Eldorado, Pátio Paulista e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom


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