São Paulo, quarta, 18 de fevereiro de 1998

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INÉDITO

"Que nome usarei? Quando eu nasci, uma madrugada, o vento norte corria o céu... Minha mãe me batizou com três nomes: Iur, pra toda gente me chamar; Charlô, pra meus irmãos estradeiros me chamarem; o terceiro nome minha mãe murmurou delicadamente no meu ouvido, um sussurro imperceptível. Esse é meu nome verdadeiro. Mas é secreto, nem eu mesmo sei qual é. Assim, quando a morte, o braço da justiça, passar no acampamento e me chamar, eu não vou, porque não sei que sou eu. Assim engano a morte. Se é possível enganar a morte? Claro que é. Olha, se um sujeito for realmente esperto, ele engana até o grande Del.

Trecho do monólogo em um ato, inédito, "O Homem do Caminho", de Plínio Marcos



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