Claudia Guimarães/Folha Imagem

Modelo na passarela durante desfile de Ricardo Almeida

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

JACKSON ARAUJO
free-lance para a Folha

Salvou-se a moda masculina, anteontem, último dia do MorumbiFashion Brasil, evento que durante uma semana apresentou os desfiles de outono-inverno de 19 marcas, no prédio da Fundação Bienal (zona sudoeste de São Paulo).
O estilista Ricardo Almeida abriu a noite num desfile enxuto e conciso, sobre passarela de grama, molhada por uma leve chuva artificial. A simpática e simples idéia refrescou a platéia e serviu de embalagem para uma coleção mais leve que a de verão, calcada na nova linha jovem do estilista. São chiques os looks em cinza com marrom; os ternos com calças de boca mais larga e os couros verdes, com bons momentos também na malharia.
Ao final, a entrada dos principais fotógrafos de moda do país, ovacionados pelo público de moda, levantando o ânimo da platéia.

Claudia Guimarães/Folha Imagem

Modelo durante desfile da marca Zoomp

Ainda bem, pois o que viria a seguir na Zoomp não seria nada animador. O desfile da marca foi uma completa decepção.
A começar pelo casting. A Zoomp decidiu importar modelos de Buenos Aires e a francesa Laetitia Casta. Com seios e quadris enormes, visivelmente acima do peso, sem conseguir sequer caminhar com o sapato de salto, Laetitia era uma visão constrangedora, enquanto as argentinas destoavam pelo andar destrambelhado.
No estilo, a total ausência de um conceito de coleção, problemas de proporção e modelagem na linha feminina. Nem parecia a moda jovem da Zoomp, em tailleurs caretas e cores burocráticas. O masculino saiu-se melhor, investindo num streetwear refinado e numa boa cartela, em marrons e verdes. A exceção foi um inexplicável terno azul em Douglas Rassmussen.
Também sem inovação, o segmento jeans da marca foi apresentado no início, com um grupo de modelos caminhando ao mesmo tempo, tipo rua, em t-shirts e regatas brancas. O flop da Zoomp foi um lamentável encerramento para o MorumbiFashion Brasil.