São Paulo, sábado, 18 de março de 2000


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TELEVISÃO
Documentarista brasileiro radicado em Madri filma a vida do "rei" e os bastidores da política espanhola
Oksman "pega no pé" de Pelé e de Aznar

MARCELO NETTO RODRIGUES
da Redação

Faltava apenas um jogador para "El Partido del Siglo" (série do Canal Plus da Espanha). De um lado, 11 europeus, do outro dez (sul-) americanos. Todos com seus respectivos... diretores.
Aos 45 minutos do segundo tempo, após um bate-bola forçado com o produtor espanhol Elías Querejeta, o documentarista brasileiro Sérgio Oksman, 29, foi escalado para dirigir o episódio final da série, reafirmando a máxima de que "os últimos serão os primeiros". O filme sobre Pelé, que vai ao ar hoje à noite na Espanha, era o único ainda por fazer quando Oksman conheceu Querejeta numa conversa prevista para cinco minutos que se prorrogou por tempo capaz de serem jogadas três partidas de futebol.
Em outro campo, com dimensões maiores do que a de um gramado, Oksman conviveu com o premiê espanhol José María Aznar durante os últimos 15 dias de campanha do PP (Partido Popular) -que domingo último elegeu sete deputados a mais do que a maioria absoluta da Câmara.
"Aznar-Almunia: Diário de Campanha", exibido pelo canal por assinatura Via Digital -no próprio domingo (12/03)- após o resultado das eleições, foi baseado em outro documentário, "Primary" (1960), que mostrava os bastidores de campanha de Kennedy nas primárias do Partido Democrático.
Enquanto Oksman seguia "o desconfiado" Aznar, um outro diretor fazia o mesmo com o candidato da oposição, Joaquín Almunia, do Partido Socialista.

Edson Arantes
Pelé mostra a primeira caixa de engraxate que teve aos 12 anos, conta sobre uma partida na Colômbia da qual foi expulso, e que sob ameaças dos torcedores, o juiz foi substituído para que ele voltasse a campo. Mas Pelé também mitifica e erra datas.
Seu conhecimento sobre as ações do regime militar continua uma incógnita. Apesar de Pelé afirmar ter sido ingênuo até 73, Oksman deixou de fora a parte que alega não ter ido à Copa de 74 para que não ajudasse a iludir mais o povo. "A própria Folha publicou um especial bastante forte sobre o envolvimento de Pelé com os militares", justifica-se.

José María
"Aznar fazendo ginástica: ao conseguir levantar 20 kg dizia "Agora, grava", já com 40 kg recomendava o mesmo que quando estivesse comendo: "Agora, não grava'". No avião, fazendo footing na praia, no palco de um comício, Aznar é o mesmo: impõe uma distância e "fala bastante sem falar absolutamente nada", ou quase isso, "España va bien" foge à regra.


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