|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
Documentarista brasileiro radicado em Madri filma a vida do "rei" e os bastidores da política espanhola
Oksman "pega no pé" de Pelé e de Aznar
MARCELO NETTO RODRIGUES
da Redação
Faltava apenas um jogador para
"El Partido del Siglo" (série do
Canal Plus da Espanha). De um
lado, 11 europeus, do outro dez
(sul-) americanos. Todos com
seus respectivos... diretores.
Aos 45 minutos do segundo
tempo, após um bate-bola forçado com o produtor espanhol Elías
Querejeta, o documentarista brasileiro Sérgio Oksman, 29, foi escalado para dirigir o episódio final da série, reafirmando a máxima de que "os últimos serão os
primeiros". O filme sobre Pelé,
que vai ao ar hoje à noite na Espanha, era o único ainda por fazer
quando Oksman conheceu Querejeta numa conversa prevista para cinco minutos que se prorrogou por tempo capaz de serem jogadas três partidas de futebol.
Em outro campo, com dimensões maiores do que a de um gramado, Oksman conviveu com o
premiê espanhol José María Aznar durante os últimos 15 dias de
campanha do PP (Partido Popular) -que domingo último elegeu sete deputados a mais do que
a maioria absoluta da Câmara.
"Aznar-Almunia: Diário de
Campanha", exibido pelo canal
por assinatura Via Digital -no
próprio domingo (12/03)- após
o resultado das eleições, foi baseado em outro documentário, "Primary" (1960), que mostrava os
bastidores de campanha de Kennedy nas primárias do Partido
Democrático.
Enquanto Oksman seguia "o
desconfiado" Aznar, um outro diretor fazia o mesmo com o candidato da oposição, Joaquín Almunia, do Partido Socialista.
Edson Arantes
Pelé mostra a primeira caixa de
engraxate que teve aos 12 anos,
conta sobre uma partida na Colômbia da qual foi expulso, e que
sob ameaças dos torcedores, o
juiz foi substituído para que ele
voltasse a campo. Mas Pelé também mitifica e erra datas.
Seu conhecimento sobre as
ações do regime militar continua
uma incógnita. Apesar de Pelé
afirmar ter sido ingênuo até 73,
Oksman deixou de fora a parte
que alega não ter ido à Copa de 74
para que não ajudasse a iludir
mais o povo. "A própria Folha
publicou um especial bastante
forte sobre o envolvimento de Pelé com os militares", justifica-se.
José María
"Aznar fazendo ginástica: ao
conseguir levantar 20 kg dizia
"Agora, grava", já com 40 kg recomendava o mesmo que quando
estivesse comendo: "Agora, não
grava'". No avião, fazendo footing
na praia, no palco de um comício,
Aznar é o mesmo: impõe uma
distância e "fala bastante sem falar absolutamente nada", ou quase isso, "España va bien" foge à regra.
Texto Anterior: Programação de hoje do festival (18/3) Próximo Texto: Novo projeto disseca lixeiros Índice
|