DA REPORTAGEM LOCAL

A editora Nova Fronteira também começa cedo a celebrar os 100 anos de Cecília Meireles.
Em maio, a editora publicará os livros "Antologia Poética" (reunida pela poeta em 1963) e "Crônicas de Educação 1".
Durante o ano, ainda sem data definida, será lançada a "Poesia Completa" de Cecília, sob organização de Antônio Carlos Secchin, e os volumes 2 e 3 das "Crônicas", selecionadas por Leodegário A. de Azevedo Filho.
As "Crônicas" lembram um lado importante da autora, que começou a dar aulas na rede pública aos 16 anos e, que, entre 1930 e 1933, assinou a "Página de Educação" do "Diário de Notícias".
Parte dos 960 artigos publicados no "Diário" estão no primeiro volume das "Crônicas". Neles, Cecília expôs sua visão de educação democrática, contrária ao populismo de Getúlio Vargas, a quem chamava "sr. ditador".
A poeta foi uma das difusoras no Brasil dos conceitos da Escola Nova, pregada pelo filósofo norte-americano John Dewey. Entre outros princípios, Cecília defendeu na "Página de Educação" a escola laica, quando o ensino religioso se tornava obrigatório.
A poeta voltaria, depois de 33, ao jornalismo, atividade que a teria até o fim da vida. Falando de outros temas que lhe eram caros -como a própria literatura e o folclore, de cuja discussão foi uma das precursoras- ocupou espaços em "A Nação", "A Manhã", de novo no "Diário de Notícias" (no rodapé do "Suplemento Literário") e, por fim, na Folha. (FA)



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