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LITERATURA
Morre o poeta Aimé Césaire, "o apóstolo da negritude"
DA REPORTAGEM LOCAL
O poeta Aimé Césaire, nascido na Martinica, morreu
ontem, aos 94, em um hospital de Fort-de-France, onde
estava internado desde o dia
9, com problemas cardíacos.
Ele era considerado "o
apóstolo da negritude", pela
defesa das raízes africanas.
Seu principal livro foi "Cahier d'un Retour au Pays Natal" (caderno de um retorno
ao país natal), quando usou
pela primeira vez o termo
"negritude". O escritor também fundou a revista "L'Etudiant Noir" (o estudante negro), nos anos 30.
Além de poeta, com obra
próxima ao surrealismo,
criou polêmica com seu ensaio "Discurso sobre o Colonialismo" (1950), em que
atacava o Ocidente, "erguido
no mais alto monte de cadáveres da humanidade".
Por conta de sua luta contra a dominação francesa, se
recusou a se encontrar com o
presidente francês, Nicolas
Sarkozy, que havia subscrito
em 2005 uma carta falando
do "papel positivo" do colonialismo. Ainda assim, Sarkozy prestou homenagem ao
poeta, que chamou de "grande humanista, símbolo de esperança para os oprimidos".
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