São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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BEBIDA

Família Biondolillo oferece bons goles

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Descendentes de imigrantes italianos que aportaram na Argentina durante o século passado, os Biondolillo parecem carregar a vitivinicultura no sangue. A família tem se dedicado desde então ao cultivo de uvas na Província de Mendoza, coração vinícola do país.
Membro da terceira geração platina, Aldo Biondolillo seguiu o mesmo caminho. Engenheiro agrônomo e enólogo, foi responsável pela criação da Tempus Alba, uma adega com a qual o clã entrou na produção de vinho.
Seus filhos também ajudam a preservar a tradição. Um deles, Leonardo, formado em agronomia, cuida dos 110 hectares de vinhedos da casa. O outro, Mariano, engenheiro, está a cargo da produção da cantina. Mas a saga familiar não acaba por aí.
"Até meus sobrinhos estão se dedicando ao vinho", contou Aldo Biondolillo, durante visita realizada a São Paulo em abril para lançar os seus produtos, referindo-se a José Luis e Oscar Biondolillo, também enólogos. "Às vezes, nos perguntamos quem deles faz os melhores vinhos", confessou ele.
Bom, a resposta é simples: os dois assinam bons tintos que vale a pena conferir. O primeiro pilota cubas e barricas na própria adega do tio, enquanto Oscar é responsável pelos goles da Callia, nova adega de San Juan, Província vinícola argentina em plena ascensão.

Tintos
Em Tempus Alba, José Luis modela tintos bem estruturados, porém redondos, sem exageros tânicos, como o Malbec 2004, frutado -especialmente em boca- com leves pinceladas de madeira (87/100, R$ 60) ou o Tempus Pleno, a estrela da firma, corte de uvas malbec (60%) e cabernet sauvignon, marcado por baunilha e especiaria, rico em fruta, de paladar sedoso e persistente (90/100, R$ 115, ambos na KMM, tel. 0/ xx/11/3819-4020)
Já o seu irmão, Oscar, ajudado pelo clima mais cálido dos vales de San Juan, dá forma em Callia (do mesmo grupo que controla em Mendoza a adega Salentein) a rubros mais densos, carnudos e, o que não tem nada a ver com o talento da dupla, com preço (muito) melhor.
Aliás, vale lembrar que a Salentein tem por aqui vários campeões no quesito custo-benefício, como os Finca La Pampa e El Portillo.
Entre algumas das boas pedidas assinadas por (este) Biondolillo, está o Callia Alta Syrah-Malbec 2005, muito frutado, com toques de leve cravo e baunilha, macio e agradável (87/100, R$ 25,20) ou o Magna Syrah 2004, um dos topos de gama da vinícola, concentrado na fruta temperada com toques da torrefação, com boa textura e final marcado por notas de café (89/100, R$ 40,20, na Decanter, tel. 0/xx/11/3071-3055).

TINTO LUSITANO
Este rubro do Alentejo, região do sudeste de Portugal, foi uma das boas pedidas do World Wine Experience 2006, feira de vinhos organizada pela importadora La Pastina. Mescla de uvas Trincadeira, Aragonês e Castelão, agrada especialmente pelo paladar levemente tânico, dominado por sabor de couro e cerejas.


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