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BEBIDA
Família Biondolillo oferece bons goles
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Descendentes de imigrantes italianos que
aportaram na Argentina durante o século passado, os
Biondolillo parecem carregar a
vitivinicultura no sangue. A família tem se dedicado desde
então ao cultivo de uvas na
Província de Mendoza, coração vinícola do país.
Membro da terceira geração
platina, Aldo Biondolillo seguiu o mesmo caminho. Engenheiro agrônomo e enólogo,
foi responsável pela criação da
Tempus Alba, uma adega com
a qual o clã entrou na produção
de vinho.
Seus filhos também ajudam a
preservar a tradição. Um deles,
Leonardo, formado em agronomia, cuida dos 110 hectares
de vinhedos da casa. O outro,
Mariano, engenheiro, está a
cargo da produção da cantina.
Mas a saga familiar não acaba
por aí.
"Até meus sobrinhos estão se
dedicando ao vinho", contou
Aldo Biondolillo, durante visita
realizada a São Paulo em abril
para lançar os seus produtos,
referindo-se a José Luis e Oscar
Biondolillo, também enólogos.
"Às vezes, nos perguntamos
quem deles faz os melhores vinhos", confessou ele.
Bom, a resposta é simples: os
dois assinam bons tintos que
vale a pena conferir. O primeiro pilota cubas e barricas na
própria adega do tio, enquanto
Oscar é responsável pelos goles
da Callia, nova adega de San
Juan, Província vinícola argentina em plena ascensão.
Tintos
Em Tempus Alba, José Luis
modela tintos bem estruturados, porém redondos, sem exageros tânicos, como o Malbec
2004, frutado -especialmente
em boca- com leves pinceladas de madeira (87/100, R$ 60)
ou o Tempus Pleno, a estrela da
firma, corte de uvas malbec
(60%) e cabernet sauvignon,
marcado por baunilha e especiaria, rico em fruta, de paladar
sedoso e persistente (90/100,
R$ 115, ambos na KMM, tel. 0/
xx/11/3819-4020)
Já o seu irmão, Oscar, ajudado pelo clima mais cálido dos
vales de San Juan, dá forma em
Callia (do mesmo grupo que
controla em Mendoza a adega
Salentein) a rubros mais densos, carnudos e, o que não tem
nada a ver com o talento da
dupla, com preço (muito) melhor.
Aliás, vale lembrar que a Salentein tem por aqui vários
campeões no quesito custo-benefício, como os Finca La
Pampa e El Portillo.
Entre algumas das boas pedidas assinadas por (este)
Biondolillo, está o Callia Alta
Syrah-Malbec 2005, muito frutado, com toques de leve cravo
e baunilha, macio e agradável
(87/100, R$ 25,20) ou o Magna
Syrah 2004, um dos topos de
gama da vinícola, concentrado
na fruta temperada com toques da torrefação, com boa
textura e final marcado por
notas de café (89/100, R$ 40,20,
na Decanter, tel. 0/xx/11/3071-3055).
TINTO LUSITANO
Este rubro do Alentejo,
região do sudeste de Portugal,
foi uma das boas pedidas do
World Wine Experience 2006,
feira de vinhos organizada
pela importadora La Pastina.
Mescla de uvas Trincadeira,
Aragonês e Castelão, agrada
especialmente pelo paladar
levemente tânico, dominado
por sabor de couro e cerejas.
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