São Paulo, segunda, 18 de maio de 1998

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Força Aérea Um

da Redação

Na outra ponta de Hollywood está "Força Aérea Um", a quarta maior bilheteria do ano passado nos Estados Unidos.
Depois de uma missão à agora aliada Rússia, o presidente dos Estados Unidos se prepara para voltar a seu país. Ele acabou de ajudar o novo amigo a se livrar de uma ameaça daquelas -um líder nacionalista e terrorista no Cazaquistão que quer reconstruir a antiga União Soviética.
Para a viagem de volta, o presidente utilizará o avião Air Force One. Superequipado e seguro, o tal Força Aérea Um é uma fortaleza intransponível.
Mas, com a ajuda de um dos homens da segurança, a fortaleza rui. Um grupo de seis jornalistas se revela na verdade um bando de terroristas muuuuito maus.
O chefe, surpresa, é o vilão de plantão Gary Oldman. Eles prendem todos os 50 passageiros em uma sala de conferências, enquanto o presidente escapole por uma cápsula. Só que nem tudo está salvo: a primeira-dama e a filha do presidente ficam no avião.
Os terroristas fazem suas exigências: se o seu líder não for solto, a cada meia hora um dos reféns será morto.
Disposta a não negociar -um dos pilares da administração do comandante dos EUA é não ceder aos terroristas-, a vice-presidente (Glenn Close) aguarda a volta do chefe para ver o que faz.
Mas, surpresa de novo, o presidente não escapou do avião. Seguro de que o mais importante é sua família, ele vai se arriscar a salvá-la -sozinho.
Uma tarefa para Indiana Jones? Pois é ele mesmo quem vai enfrentá-la. Ou melhor, Harrison Ford, mais Indiana que nunca.
Com habilidades de McGyver, o presidente -na vida comum insosso, insípido e inodoro- se revela um herói para sua família. Tira idéias de caixas de leite para combater os vilões, corta o combustível do avião e vai matando um a um os terroristas.
Resta enfrentar o chefão, que está com a primeira-dama e a primeira-filha.
O terrível terrorista merece um parágrafo à parte. Não é um desses assassinos seriais ou mercenários: ele tem um ideal. Porque é uma vergonha o que a Rússia é hoje, rendida à liberdade pregada pelos americanos.
Ele, afirma, não é um matador frio e calculista, mas sim um pai movido pela paixão por um país forte. Porém, logo em seguida, ele mata com um tiro na cabeça um dos reféns. Se o filme pretendia conferir certa simpatia ao vilão, não conseguiu e é ridículo. Se queria reforçar sua maldade, é mais ridículo ainda.
"Força Aérea Um" apresenta uma questão interessante -o presidente deve salvar seu país ou sua família?-, bom elenco, efeitos especiais elaborados. Mas patriotada tem limite. (MaM)
Filme: Força Aérea Um Produção: EUA, 1997 Direção: Wolfgang Petersen Com: Harrison Ford, Gary Oldman, Glenn Close, William H. Macy Lançamento: Abril Vídeo (0800-120199)


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