São Paulo, Terça-feira, 18 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reggae aproxima brasileiros

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

Se se tratava de um festival de reggae -sim, você leu reggae-, não seriam os brasileiros que iriam fugir da raia, não é? Pois não fugiram. E, se a única coisa em comum entre todos os participantes do pretenso festival eletrônico era a paixão pelo ancestral gênero jamaicano, tal foi a salvação da banda Raskafari -um presságio do que viria- e de Arnaldo Antunes.
Quer dizer, Arnaldo não teve salvação, nem cantando "crime, crime, crime a toda hora/ pare as atividades criminosas agora" (eco). Fora gritar -com a voz esganiçada de sempre- reggae, o pobre ex-titã não tinha nada a oferecer à iludida comunidade clubber, que esperava os shows de reggae do brazuca DJ Marky e, claro, do Prodigy, aquele grupo de xuxas punk.
Falando em voz, a de Otto novamente terminou antes do show -começa a ficar preocupante. Para não fugir do reggae, cantou "Low" ao enlevo da guitarra de Edgard Scandurra (coitado, o maior entusiasta do tecno inscrito no rock nacional teve que tocar guitarra em dois shows -o de Arnaldo também- do festival de reggae, quer dizer, eletrônico).
Otto, a bem dizer, fez provavelmente seu melhor show. Abundantes bases eletrônicas e scratches fizeram seu som soar novo de novo. E, se até o picareta Roni Size pôde tocar reggae, por que não poderia o sambista pernambucano?


Texto Anterior: Close-Up Planet 15/5 : Show de DJ: o fim dos tempos e o começo de outros
Próximo Texto: O DJ: James Holroyd é convidado do duo
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.