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Reggae aproxima brasileiros
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
Se se tratava de um festival de
reggae -sim, você leu reggae-,
não seriam os brasileiros que iriam
fugir da raia, não é? Pois não fugiram. E, se a única coisa em comum
entre todos os participantes do
pretenso festival eletrônico era a
paixão pelo ancestral gênero jamaicano, tal foi a salvação da banda Raskafari -um presságio do
que viria- e de Arnaldo Antunes.
Quer dizer, Arnaldo não teve salvação, nem cantando "crime, crime, crime a toda hora/ pare as atividades criminosas agora" (eco).
Fora gritar -com a voz esganiçada de sempre- reggae, o pobre
ex-titã não tinha nada a oferecer à
iludida comunidade clubber, que
esperava os shows de reggae do
brazuca DJ Marky e, claro, do Prodigy, aquele grupo de xuxas punk.
Falando em voz, a de Otto novamente terminou antes do show
-começa a ficar preocupante. Para não fugir do reggae, cantou
"Low" ao enlevo da guitarra de Edgard Scandurra (coitado, o maior
entusiasta do tecno inscrito no
rock nacional teve que tocar guitarra em dois shows -o de Arnaldo também- do festival de reggae, quer dizer, eletrônico).
Otto, a bem dizer, fez provavelmente seu melhor show. Abundantes bases eletrônicas e scratches fizeram seu som soar novo de
novo. E, se até o picareta Roni Size
pôde tocar reggae, por que não poderia o sambista pernambucano?
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