da Sucursal de Brasília

O Ministério da Cultura negou anteontem que esteja patrocinando um "trem da alegria" cultural para participar da Festa do Caribe, um festival anual que se realiza em Santiago de Cuba e que tem este ano o Brasil como tema.
Segundo Eric Nepomuceno, secretário de Intercâmbio e Projetos Especiais, a delegação que será custeada pelo ministério é de 57 pessoas, sendo que 20 deles integrantes da banda baiana Olodum, 20 instrumentistas da Orquestra de Frevo do Recife e outros cinco que se apresentam com os bonecos gigantes do Carnaval de Olinda, além de passistas do Balé Popular do Recife.
Na lista estão ainda dez integrantes de oficinas de debate sobre as culturas de raiz africana. Oficialmente, além de Nepomuceno viaja a presidente da Fundação Cultural Palmares, Dulce Pereira.
"Investimos cerca de R$ 110 mil nesse evento (6,8% do orçamento da secretaria), mas não estamos fazendo uma coisa só para Cuba. Lá será o encontro de mais de 20 países, mais de mil artistas, e acontece em meio às férias e ao Carnaval de lá. É divulgar o nosso país", afirmou Nepomuceno à Folha.
Na opinião de Nepomuceno, apelidou-se a viagem de "trem da alegria" pelo fato do "evento ser em Cuba". "Se fosse noutro lugar, não haveria essa discussão", afirmou o secretário.
Nepomuceno diz ainda que, comparativamente, esse evento tem um grande retorno para o investimento feito. Ele cita o festival de verão que ocorrerá na Dinamarca, um evento menor, para onde irão cerca de 30 artistas brasileiros ao custo de R$ 75 mil.
Segundo a secretaria de Intercâmbio e Projetos Especiais, a Festa do Caribe é um dos 72 eventos em que o órgão pretende estar representado em 97. No ano passado, de acordo com o ministério, foram 34 atividades.