São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2004

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RUÍDO

Ecad quer arrecadar direitos no ciberespaço

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos) se esforça para tentar brecar a disseminação da idéia de que o pagamento de direitos seja um dinossauro no momento em que a licença Creative Commons vira vedete do "copyleft" contra o "copyright", de liberdade autoral versus direito autoral.
O escritório centralizador da arrecadação no Brasil anuncia, então, uma ofensiva de cobrança de direitos em ambientes como a internet e os toques de campainha (ringtones) de telefones celulares.
"Estamos apenas começando uma cobrança que já é realidade no mundo todo", explica a superintendente do Ecad, Glória Braga. "O valor cobrado deve ser de 5% em cima do preço do down- load, seja qual for o preço cobrado por site ou operadora de celular", delimita, afirmando que a definição de novas regras está ainda "muito no começo".
Quanto à Creative Commons -a permissão, pelo autor, do uso livre de suas músicas-, ela diz que o Ecad não exercerá nenhuma restrição. "O que o Ministério da Cultura está difundindo não é novidade nenhuma, não precisa nem mudar a lei do direito autoral para isso."
A adesão do ministro Gilberto Gil à licença não ameaça o direito autoral, diz a superintendente. "Ele só liberou uma música ["Oslodum", de 98], sua obra continua protegida. Em hipótese nenhuma o Ecad tem algo contra liberar, o que está em discussão é que o autor tem de ser sempre consultado."

COOPERADOS
A Cooperativa de Música de São Paulo se queixa de que a Ordem dos Músicos do Brasil não divulga prazos ou outras informações sobre inscrição de chapas a suas eleições -a mesma gestão se perpetua há 37 anos. Por outro lado, os músicos cooperados reconhecem que sabem pouco sobre a OMB e discutem uma possível aproximação da ordem -que se diz aberta a quem quiser conhecê-la.

EUROPA DIGITAL
A Apple lançou a versão européia do iTunes, seu sistema de venda de músicas via internet. Já opera na Inglaterra, França e Alemanha e deve ser estendido a toda a Europa em outubro. As canções custam de 0,99 a 1,18. A corrida é grande: o Napster chegou ao mercado inglês no mês passado, e o Sonny Connect estréia nos três países neste mês. A América Latina continua à espera.

@ - psanches@folhasp.com.br

O NÃO-LANÇAMENTO

Do grupo gaúcho de iê-iê-iê Os Brasas veio Franco, que tentou carreira solo no caldo do samba-rock neste disco de 78 (Continental, hoje Warner), com clássicos underground como "O Rock do Rato" e "Moro no Fim da Rua". Depois Franco reorientou sua história para virar empresário milionário de duplas sertanejas e pai e eminência parda dos garotos do KLB. Preconceitos e seu próprio instinto comercial voraz confinaram-no no cercado do termo "brega".


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