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RUÍDO
Ecad quer arrecadar direitos no ciberespaço
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ecad (Escritório Central
de Arrecadação de Direitos) se esforça para tentar brecar
a disseminação da idéia de que o
pagamento de direitos seja um
dinossauro no momento em
que a licença Creative Commons vira vedete do "copyleft"
contra o "copyright", de liberdade autoral versus direito autoral.
O escritório centralizador da
arrecadação no Brasil anuncia,
então, uma ofensiva de cobrança de direitos em ambientes como a internet e os toques de
campainha (ringtones) de telefones celulares.
"Estamos apenas começando
uma cobrança que já é realidade
no mundo todo", explica a superintendente do Ecad, Glória Braga. "O valor cobrado deve ser de
5% em cima do preço do down-
load, seja qual for o preço cobrado por site ou operadora de celular", delimita, afirmando que
a definição de novas regras está
ainda "muito no começo".
Quanto à Creative Commons
-a permissão, pelo autor, do
uso livre de suas músicas-, ela
diz que o Ecad não exercerá nenhuma restrição. "O que o Ministério da Cultura está difundindo não é novidade nenhuma,
não precisa nem mudar a lei do
direito autoral para isso."
A adesão do ministro Gilberto
Gil à licença não ameaça o direito autoral, diz a superintendente. "Ele só liberou uma música
["Oslodum", de 98], sua obra
continua protegida. Em hipótese nenhuma o Ecad tem algo
contra liberar, o que está em discussão é que o autor tem de ser
sempre consultado."
COOPERADOS
A Cooperativa de Música de
São Paulo se queixa de que a
Ordem dos Músicos do Brasil
não divulga prazos ou outras
informações sobre inscrição de
chapas a suas eleições -a
mesma gestão se perpetua há
37 anos. Por outro lado, os
músicos cooperados
reconhecem que sabem pouco
sobre a OMB e discutem uma
possível aproximação da
ordem -que se diz aberta a
quem quiser conhecê-la.
EUROPA DIGITAL
A Apple lançou a versão
européia do iTunes, seu
sistema de venda de músicas
via internet. Já opera na
Inglaterra, França e Alemanha
e deve ser estendido a toda a
Europa em outubro. As
canções custam de 0,99 a
1,18. A corrida é grande: o
Napster chegou ao mercado
inglês no mês passado, e o
Sonny Connect estréia nos três
países neste mês. A América
Latina continua à espera.
@ - psanches@folhasp.com.br
O NÃO-LANÇAMENTO
Do grupo gaúcho de iê-iê-iê Os Brasas veio Franco, que
tentou carreira solo no caldo
do samba-rock neste disco
de 78 (Continental, hoje
Warner), com clássicos underground como "O Rock
do Rato" e "Moro no Fim da
Rua". Depois Franco reorientou sua história para virar empresário milionário
de duplas sertanejas e pai e
eminência parda dos garotos do KLB. Preconceitos e
seu próprio instinto comercial voraz confinaram-no no
cercado do termo "brega".
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