São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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FILMES

TV ABERTA

História sem Fim     SBT, 12H - (The Neverending Story). Alemanha, 1984, 98min. Direção: Wolfgang Petersen. Com Noah Hathaway, Barrett Oliver, Tami Stronach. Garoto encontra, numa livraria, um formidável livro de histórias fantásticas. Ao mesmo tempo em que se lança à sua leitura, começa realmente a entrar na história. Enfim, uma metáfora da leitura e seus prazeres (e riscos, por que não?) e uma espécie de homenagem sensível do cinema à literatura.

Duas Vidas    SBT, 14H - (Disney's the Kid). EUA, 2000, 104 min. Direção: Jon Turteltaub. Com Bruce Willis, Spencer Breslin, Emily Mortimer. Fantasia sobre um adulto de 40 anos (Willis) que encontra a si mesmo quando tinha oito anos. O garoto dará ao homem pouco satisfeito com aquilo em que se transformou conselhos capazes de mudar sua vida.

Tubarões Assassinos 2   RECORD, 20H30 - (Shark Atack 2). EUA, 2000, 91 min. Direção: David Worth. Com Thorsten Kaye, Nikita Ager, Daniel Alexander. Depois de terem seu metabolismo afetado e, pirando, se tornarem superagressivos (no precedente "Tubarões Assassinos"), agora os tubarões são objeto do cuidado de outros cientistas, que desejam vê-los voltar ao normal.

Momento Crítico   SBT, 21H - (Executive Decision). EUA, 1996. Direção: Stuart Baird. Com Kurt Russell, John Leguizamo, Steven Seagal. Equipe de agentes especiais invade um avião seqüestrado em pleno vôo. Terminar com o seqüestro seria uma baba. Providenciou-se, então, um problema adicional: os seqüestradores têm em seu poder uma bomba atômica. E não estão dispostos a ficar com ela debaixo do travesseiro. Para completar, um homem central da missão (Seagal), morre logo de cara. Em poucas palavras: bobeira sem fim.

Comando para Matar    GLOBO, 0H45 - (Commando). EUA, 1985, 90 min. Direção: Mark L. Lester. Com Arnold Schwarzenegger, Rae Dawn Chong, Dan Hedaya. Aposentado, o coronel Matrix vive feliz em companhia da filha. Mas um ex-ditador cucaracho, para cuja deposição Matrix foi decisivo, seqüestra sua filha e, em troca de sua vida, exige que o coronel volte a seu país e prepare sua volta triunfal ao poder. Aventura que, à parte o desconforto que o intervencionismo pode provocar em nós, latinos, é ágil e tem a seu favor o carisma de Schwarzenegger.

A Hora do Porco    BANDEIRANTES, 1H - (The Hour of the Pig). Inglaterra/ França,1993, 105 min. Direção: Leslie Megahey. Com Colin Firth, Donald Pleasence, Nicol Williamson, Ian Holm. Na França do Renascimento, advogado defende um porco acusado do assassinato de uma criança (na época, animais eram processados também). De passagem, ele se apaixona pela dona do porco -o que lhe dá novo ânimo na árdua defesa que tem a fazer. Argumento curioso e a tradição acadêmica do inglês. Experimentar. Inédito.

Casablanca      SBT, 2H - (Casablanca). EUA, 1942, 103 min. Direção: Michael Curtiz. Com Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid. Casablanca, na África, é território francês razoavelmente livre, durante a Segunda Guerra. Ali encontram-se o cínico Rick (Bogart), seu amor do passado (Bergman) e o marido dela atualmente (Henreid). O problema será optar, para Bogart e Bergman, entre a crença e a descrença, a resistência e o nada, o amor e a renúncia. Um clássico a não perder, num horário de amargar. P&B.

Reviravolta   GLOBO, 2H20 - (U-Turn). EUA, 1997, 100 min. Direção: Oliver Stone. Com Jennifer Lopez, Sean Penn, Nick Nolte. A caminho de Las Vegas, homem vê seu carro quebrar. Numa cidadezinha, encontra com uma bela mulher. Seu destino será desviado. Em suma, refilmagem de "Curva do Destino" (Détour), de Edgar G. Ulmer, um dos mais belos filmecos de todos os tempos. O de Stone é um dos filmes mais desagradáveis de todos os tempos.

Hollywood Safari    SBT, 4H - (Hollywood Safari). EUA, 1998. Direção: Brian Goeres. Com Sam J. Jones, David Lago e Tommy Devers. Aventuras dos Johnson, que vivem felizes, cercados de animais, na Califórnia, até que uma equipe de cinema resolve fazer um filme por lá. "Hollywood Safari" é uma série de TV, mas a emissora não informa se este é o piloto ou não. Só para São Paulo.

TV PAGA

Crítica

"O Pornógrafo" merece ser reavaliado

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não são poucos os filmes que, após fracassarem, foram tardiamente reconhecidos como clássicos. "A Regra do Jogo", de Jean Renoir, precisou de dois relançamentos. E é melhor não mencionar os casos brasileiros: nosso melhores filmes têm o hábito de ser ridicularizados ou ignorados, quando lançados.
"O Pornógrafo" (Canal Brasil, 23h35) foi ignorado em 1970. Feito em branco-e-preto num momento em que os cinemas só queriam filmes coloridos, logo saiu de cartaz. O "establishment" cinematográfico tinha muito trabalho para conter um Rogério Sganzerla e não precisava de outro cineasta dissidente e com "feeling" para o público como João Callegaro.
No entanto, "O Pornógrafo" está aí, agradável ou incômodo, como se preferir. E aí está Miguel Metralha (Stênio Garcia), o oposto do Bandido da Luz Vermelha. Se este é pessimista, Miguel quer subir na vida e sabe os caminhos. Ao longo do tempo, terá de mostrar jogo de cintura, pois a criminalidade é mais pesada do que imagina.
Onde está o melhor do filme? No início, quando Sergio Hingst surge como editor de uma revistinha acossado pela indústria da pornografia? Ou no final, quando Miguel se vê em um labirinto de espelhos à la "A Dama de Shanghai"?
O certo é que, com o fracasso, Callegaro optou pela publicidade. Fez ali bela carreira. Nós perdemos. O establishment vai bem, obrigado. É hora de reencontrar e reabilitar este filme talentoso e divertido.


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