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LITERATURA
Fundação lança livro sobre a casa e os hábitos do escritor Jorge Amado
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Quase dois meses após o lançamento do livro "Casa do Rio Vermelho", de Zélia Gattai, a Fundação Casa de Jorge Amado apresenta mais uma obra sobre a residência do escritor.
O livro "Rua Alagoinhas, 33,
Rio Vermelho" (endereço dos
Amado na capital baiana) será
lançado hoje, às 19h, no prédio
da fundação (largo do Pelourinho, centro de Salvador).
Com fotografias de Adenor
Gondim e textos do arquiteto
Gilberbert Chaves, do próprio
Jorge Amado e de sua filha Paloma, "Rua Alagoinhas, 33, Rio
Vermelho" revela o jardim, os
móveis e as obras de arte que decoram a casa onde o escritor vive
com sua família desde os anos 60.
Nas 157 páginas do livro, o fotógrafo Adenor Gondim mostra
todas as dependências, detalhes
dos objetos de arte e das lembranças de viagem do casal.
"Todas as peças têm significado especial e muitas, sentido
místico. São parte integrante de
fatos importantes ou pitorescos
da história da família", disse Pedro Costa, que editou e finalizou
o livro.
Entre os objetos destacados no
livro estão uma estátua de ferro
do mestre Manu e a coleção de
esculturas de Oxum (deusa das
águas doces, da riqueza, da vaidade e da elegância, no sincretismo religioso) e de São Jorge (santo de devoção do escritor Jorge
Amado).
Localizada no jardim da casa
dos Amado, a estátua de ferro do
mestre Manu representa Exu
mensageiro dos orixás, guardião
das vias de acesso e intermediário entre os homens e os deuses,
no sincretismo religioso.
Todas as segundas-feiras, os
Amado oferecem cachaça e uma
gamela de comida para o orixá,
que é considerado o "dono da casa".
Além dos objetos místicos, o livro também mostra os quadros
de Di Cavalcanti, um móvel projetado por Oscar Niemeyer, azulejos desenhados pelo artista
Carybé e diversas obras de Altamir Galimberti, Carlos Bastos,
Calazans Neto, Emanoel Araújo,
Fernando Coelho, Floriano Teixeira, Jamison Pedra, Juarez Paraíso, Mário Cravo, Mestre Didi,
Mirambau Sampaio, Sante Scaldaferri e Tati Moreno, entre outros.
Na cozinha, um detalhe importante é a placa "Escola de Arte
Culinária Sabor e Arte" original
da escola que existia na rua do
Cabeça (centro histórico de Salvador) e que é citada no romance
"Dona Flor e Seus Dois Maridos".
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