São Paulo, Sexta-feira, 18 de Junho de 1999
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LITERATURA
Fundação lança livro sobre a casa e os hábitos do escritor Jorge Amado

CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

Quase dois meses após o lançamento do livro "Casa do Rio Vermelho", de Zélia Gattai, a Fundação Casa de Jorge Amado apresenta mais uma obra sobre a residência do escritor.
O livro "Rua Alagoinhas, 33, Rio Vermelho" (endereço dos Amado na capital baiana) será lançado hoje, às 19h, no prédio da fundação (largo do Pelourinho, centro de Salvador).
Com fotografias de Adenor Gondim e textos do arquiteto Gilberbert Chaves, do próprio Jorge Amado e de sua filha Paloma, "Rua Alagoinhas, 33, Rio Vermelho" revela o jardim, os móveis e as obras de arte que decoram a casa onde o escritor vive com sua família desde os anos 60.
Nas 157 páginas do livro, o fotógrafo Adenor Gondim mostra todas as dependências, detalhes dos objetos de arte e das lembranças de viagem do casal.
"Todas as peças têm significado especial e muitas, sentido místico. São parte integrante de fatos importantes ou pitorescos da história da família", disse Pedro Costa, que editou e finalizou o livro.
Entre os objetos destacados no livro estão uma estátua de ferro do mestre Manu e a coleção de esculturas de Oxum (deusa das águas doces, da riqueza, da vaidade e da elegância, no sincretismo religioso) e de São Jorge (santo de devoção do escritor Jorge Amado).
Localizada no jardim da casa dos Amado, a estátua de ferro do mestre Manu representa Exu mensageiro dos orixás, guardião das vias de acesso e intermediário entre os homens e os deuses, no sincretismo religioso.
Todas as segundas-feiras, os Amado oferecem cachaça e uma gamela de comida para o orixá, que é considerado o "dono da casa".
Além dos objetos místicos, o livro também mostra os quadros de Di Cavalcanti, um móvel projetado por Oscar Niemeyer, azulejos desenhados pelo artista Carybé e diversas obras de Altamir Galimberti, Carlos Bastos, Calazans Neto, Emanoel Araújo, Fernando Coelho, Floriano Teixeira, Jamison Pedra, Juarez Paraíso, Mário Cravo, Mestre Didi, Mirambau Sampaio, Sante Scaldaferri e Tati Moreno, entre outros.
Na cozinha, um detalhe importante é a placa "Escola de Arte Culinária Sabor e Arte" original da escola que existia na rua do Cabeça (centro histórico de Salvador) e que é citada no romance "Dona Flor e Seus Dois Maridos".


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