São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2006

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Maria Rita volta a São Paulo com repertório e discurso engajados

Cantora defende papel social do artista e diz que o Brasil está anestesiado

LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos meses, a turnê de lançamento do álbum "Segundo" fez escalas em latitudes tão díspares quanto Valladolid (Espanha), Salvador, Nova York e Montreux. O corre-corre intercontinental não impediu a cantora Maria Rita, 29, de acompanhar o noticiário brasileiro e suas repercussões. "Estão matando o Brasil, acabando com a gente. Perdemos a capacidade de indignação. Essa anestesia geral não é producente para a democracia", opina.
A vontade de contribuir para dissipar essa letargia levou à regravação de "A Minha Alma", sucesso d" O Rappa que expõe o simulacro de segurança conferido por cercas, alarmes e circuitos internos de TV.
A música está no repertório dos shows que a intérprete faz de hoje a domingo, em São Paulo, tendo como pretexto o lançamento do DVD "Segundo - Ao Vivo".
"Sou da escola que acha que o artista tem uma responsabilidade social. Por isso, vou gravar "A Minha Alma", sim, vou cantar gritando, sim", diz. Mas quem ainda insiste em compará-la com a mãe não ouvirá seu grito. "Não tenho que convencer ninguém de nada. Não vou ser tão boa quanto ela nunca." Aos críticos que viram no segundo disco uma mera continuação do trabalho de estréia (dada a semelhança dos arranjos e a nova fornada de regravações), ela reage. "Se tivesse feito algo completamente diferente, teriam dito que não tenho identidade, que não sei para onde estou indo."


MARIA RITA
Quando:
hoje e amanhã, às 22h; domingo, às 20h
Onde: Citibank Hall (al. dos Jamaris, 213, Moema, tel. 0/xx/11/6846-6040)
Quanto: entre R$ 50 e R$ 90


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