|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Maria Rita volta a São Paulo com repertório e discurso engajados
Cantora defende papel social do artista e diz que o Brasil está anestesiado
LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos últimos meses, a turnê
de lançamento do álbum "Segundo" fez escalas em latitudes
tão díspares quanto Valladolid
(Espanha), Salvador, Nova
York e Montreux. O corre-corre intercontinental não impediu a cantora Maria Rita, 29, de
acompanhar o noticiário brasileiro e suas repercussões. "Estão matando o Brasil, acabando
com a gente. Perdemos a capacidade de indignação. Essa
anestesia geral não é producente para a democracia", opina.
A vontade de contribuir para
dissipar essa letargia levou à regravação de "A Minha Alma",
sucesso d" O Rappa que expõe o
simulacro de segurança conferido por cercas, alarmes e circuitos internos de TV.
A música
está no repertório dos shows
que a intérprete faz de hoje a
domingo, em São Paulo, tendo
como pretexto o lançamento
do DVD "Segundo - Ao Vivo".
"Sou da escola que acha que o
artista tem uma responsabilidade social. Por isso, vou gravar
"A Minha Alma", sim, vou cantar gritando, sim", diz.
Mas quem ainda insiste em
compará-la com a mãe não ouvirá seu grito. "Não tenho que
convencer ninguém de nada.
Não vou ser tão boa quanto ela
nunca." Aos críticos que viram
no segundo disco uma mera
continuação do trabalho de estréia (dada a semelhança dos
arranjos e a nova fornada de regravações), ela reage. "Se tivesse feito algo completamente diferente, teriam dito que não tenho identidade, que não sei para onde estou indo."
MARIA RITA
Quando: hoje e amanhã, às 22h; domingo, às 20h
Onde: Citibank Hall (al. dos Jamaris,
213, Moema, tel. 0/xx/11/6846-6040)
Quanto: entre R$ 50 e R$ 90
Texto Anterior: Duo Assad toca "Concierto Madrigal" no Municipal Próximo Texto: Carlos Heitor Cony Índice
|