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CRÍTICA DRAMA
De Sica maneja sentimentos em "Ladrões de Bicicleta"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É claro que há neorrealismo em "Ladrões de Bicicletas" (TCM, 14h, livre). Vittorio De Sica coloca um ator
amador no papel principal,
trata da vida dos desempregados na Roma do pós-guerra, usa paisagens naturais.
Mas é a corda do sentimento que De Sica sabe manejar melhor do que ninguém. Consta que a ideia era
fazer um filme sobre a vida
dos operários naquele momento (o filme é de 1948).
Suso Cecchi d'Amico teria
introduzido a ideia do roubo
da bicicleta.
É diferente do que, no
mesmo instante, faziam diretores como Rossellini ou Visconti, um católico e outro comunista, mais frios na observação. Mas o sentimento,
aqui, não é usado para barrar o conhecimento, mas para melhor encaminhar a
compreensão dos fatos: isso
é bem neorrealista.
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