São Paulo, Sábado, 18 de Setembro de 1999
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Melanie vira rainha do filme B

da Equipe de Articulistas



A câmera não tem feito justiça a Melanie Griffith. Ao contrário de seu Banderas, Griffith tem mais brilho e carisma em carne e osso.
Filha da musa hitchcockiana Tippi Hedren, Griffith sola em "Crazy in Alabama". Faz Lucille, uma dona de casa do sul dos EUA. Mãe de seis filhos, agredida cotidianamente pelo marido, mata-o, deixa as crianças com a mãe e ruma a Hollywood com a cabeça do morto numa caixa de chapéu.
"Crazy" é uma parceria entre a Green Moon de Griffith e Banderas e os estúdios Columbia. O roteiro foi adaptado por Mark Childress de seu romance homônimo.
A Folha entrevistou Griffith ao lado de um grupo de jornalistas internacionais na semana passada em Veneza. Leia abaixo uma síntese de suas declarações.


Pergunta - Como surgiu o projeto?
Melanie Griffith -
Li o livro em 1993. Em 1997, os detentores dos direitos me procuraram e perguntaram se eu queria fazer "Crazy in Alabama". Logo pensei em dá-lo a Antonio. E ele adorou.

Pergunta - Há alguma grande diferença entre livro e filme?
Griffith -
Mark adaptou o livro para nós. No livro, Lucille nunca volta para suas crianças. Eu não podia fazer isso e não acho que tornaria Lucille muito simpática.

Pergunta - Neste centenário de Hitchcock, qual sua primeira lembrança dele?
Griffith -
Sentado numa cadeira e eu pensando: "como ele coube ali?".

Pergunta - Era uma filmagem?
Griffith -
Não, ele veio em casa. Eu tinha 6 anos.

Folha - É verdade que você vai participar do primeiro filme americano de Almodóvar?
Griffith -
Espero que sim.

Pergunta - Qual seu próximo filme?
Griffith -
Vou trabalhar com John Waters. Chama-se "Cecille B. Demential". Jovens cineastas guerrilheiros independentes sequestram uma estrela de cinema, cortaram-lhe o cabelo e forçam-na a fazer um filme independente. Antonio diz que vou me tornar a "rainha do filme B". (risos)



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