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Ópera de Donizetti chega hoje a SP, recriada por argentinos e estrelada por americanos
"Lucia di Lammermoor" ganha versão globalizada
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Com cenários e figurinos do teatro Colón, de Buenos Aires, diretora e maestro também argentinos, estréia hoje, no Teatro Municipal de São Paulo, em temporada
de quatro récitas, a ópera "Lucia
di Lammermoor", uma das mais
felizes e envolventes do compositor italiano Gaetano Donizetti
(1797-1848).
Mas nem tudo é tango nessa
produção dos Patronos do Teatro
Municipal. Em três récitas, o papel-título será cantado pela soprano norte-americana June Anderson, 47, hoje talvez a melhor intérprete do personagem inspirado
em Walter Scott (1771-1832), o de
uma jovem e nobre escocesa vitimada por uma intriga do irmão e
que enlouquece de amor.
Também é norte-americano o
tenor Frank Lopardo, que interpretará Edgardo de Ravenswood,
o inimigo da família pelo qual Lucia mantém uma paixão proibida
e plenamente correspondida.
Um terceiro norte-americano, o
baixo nova-iorquino Stefan Szkafarowsky, fará o papel do capelão
Raimondo Bidebent.
O barítono polonês Mariusz
Kwiecien, radicado nos EUA, será
lorde Enrico Ashton, o irmão de
Lucia (pronuncia-se "Lutchía", à
italiana), que quer casá-la com
lorde Arturo Bucklaw. Para tanto
forja cartas que comprovariam a
suposta infidelidade de Edgardo,
de família inimiga por conta de
desdobramentos de conflitos religiosos ocorridos no século 17.
Fecham o elenco os brasileiros
Sergio Weintraub, Luciano Góes
Silveira (tenores) e Magda Paíno
(mezzo). A soprano argentina
Laura Rizzo será Lucia no dia 26.
A direção musical da montagem estará a cargo de Reinaldo
Censabella. O maestro argentino
já é conhecido dos melômanos
brasileiros por ter dirigido em
1996, no Rio, uma "Norma", de
Bellini, e, no ano passado, um
"Nabucco", de Verdi.
A produção paulistana dos Patronos fez parte da temporada lírica de Buenos Aires no ano passado e, no ano que vem, será remontada em Santiago do Chile. A
diretora Marga Niec preserva a
verossimilhança de época, tão ao
gosto do público argentino.
Cenários e figurinos têm um
gostinho de superprodução, experimentado pela última vez em
1998, quando houve a apresentação de um "Otello", de Verdi,
também importado do Colón.
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