São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2000

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Ópera de Donizetti chega hoje a SP, recriada por argentinos e estrelada por americanos
"Lucia di Lammermoor" ganha versão globalizada

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com cenários e figurinos do teatro Colón, de Buenos Aires, diretora e maestro também argentinos, estréia hoje, no Teatro Municipal de São Paulo, em temporada de quatro récitas, a ópera "Lucia di Lammermoor", uma das mais felizes e envolventes do compositor italiano Gaetano Donizetti (1797-1848).
Mas nem tudo é tango nessa produção dos Patronos do Teatro Municipal. Em três récitas, o papel-título será cantado pela soprano norte-americana June Anderson, 47, hoje talvez a melhor intérprete do personagem inspirado em Walter Scott (1771-1832), o de uma jovem e nobre escocesa vitimada por uma intriga do irmão e que enlouquece de amor.
Também é norte-americano o tenor Frank Lopardo, que interpretará Edgardo de Ravenswood, o inimigo da família pelo qual Lucia mantém uma paixão proibida e plenamente correspondida.
Um terceiro norte-americano, o baixo nova-iorquino Stefan Szkafarowsky, fará o papel do capelão Raimondo Bidebent.
O barítono polonês Mariusz Kwiecien, radicado nos EUA, será lorde Enrico Ashton, o irmão de Lucia (pronuncia-se "Lutchía", à italiana), que quer casá-la com lorde Arturo Bucklaw. Para tanto forja cartas que comprovariam a suposta infidelidade de Edgardo, de família inimiga por conta de desdobramentos de conflitos religiosos ocorridos no século 17.
Fecham o elenco os brasileiros Sergio Weintraub, Luciano Góes Silveira (tenores) e Magda Paíno (mezzo). A soprano argentina Laura Rizzo será Lucia no dia 26.
A direção musical da montagem estará a cargo de Reinaldo Censabella. O maestro argentino já é conhecido dos melômanos brasileiros por ter dirigido em 1996, no Rio, uma "Norma", de Bellini, e, no ano passado, um "Nabucco", de Verdi.
A produção paulistana dos Patronos fez parte da temporada lírica de Buenos Aires no ano passado e, no ano que vem, será remontada em Santiago do Chile. A diretora Marga Niec preserva a verossimilhança de época, tão ao gosto do público argentino.
Cenários e figurinos têm um gostinho de superprodução, experimentado pela última vez em 1998, quando houve a apresentação de um "Otello", de Verdi, também importado do Colón.



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