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RÉPLICA
Cinema oferece nicho para todos
SUZANA AMARAL
ESPECIAL PARA A FOLHA
Surpreendente e lamentável a postura de Jayme Monjardim face às críticas recebidas
por seu filme "Olga" (Ilustrada,
16/9). Principalmente partindo de
um diretor que se diz sensível e ter
feito um filme que "se propõe a
ensinar sobre intolerância sem
impor".
Como profissionais, quando
entramos na arena sabemos de
antemão que poderão vir flores
ou pedras. Saber aceitar tanto
umas como outras faz parte da
praxis e da ética profissional. No
caso de Monjardim, a julgar por
sua reação aos críticos e por suas
palavras ao me atacar -que desceram ao nível chulo da ofensa
pessoal-, ele extrapolou limites
revelando o quanto valoriza e preza minha opinião sobre o filme.
Note-se que não demonstrei em
minhas observações nenhum
preconceito por sua linguagem
televisiva, pois acredito estarmos
vivendo um momento do cinema
brasileiro onde impera um vale
tudo de produções as mais diversas e todas válidas.
Como temos vários tipos de público, precisamos de vários tipos
de cinema, e nesta "maionese geral" há um nicho para cada diretor. Conseqüentemente, Jayme
Monjardim também terá o seu espaço.
O que não pode haver é o desrespeito e as reações estapafúrdias
contra a crítica, pois se ela está aí é
para balizar e não para inflar os
egos artísticos.
A crítica brasileira está crescendo e aprendendo coragem para
ajudar nós, diretores, a melhorar
nossas performances.
Suzana Amaral é cineasta, diretora de
"Uma Vida em Segredo"
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