São Paulo, sábado, 18 de setembro de 2004

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RÉPLICA

Cinema oferece nicho para todos

SUZANA AMARAL
ESPECIAL PARA A FOLHA

Surpreendente e lamentável a postura de Jayme Monjardim face às críticas recebidas por seu filme "Olga" (Ilustrada, 16/9). Principalmente partindo de um diretor que se diz sensível e ter feito um filme que "se propõe a ensinar sobre intolerância sem impor".
Como profissionais, quando entramos na arena sabemos de antemão que poderão vir flores ou pedras. Saber aceitar tanto umas como outras faz parte da praxis e da ética profissional. No caso de Monjardim, a julgar por sua reação aos críticos e por suas palavras ao me atacar -que desceram ao nível chulo da ofensa pessoal-, ele extrapolou limites revelando o quanto valoriza e preza minha opinião sobre o filme.
Note-se que não demonstrei em minhas observações nenhum preconceito por sua linguagem televisiva, pois acredito estarmos vivendo um momento do cinema brasileiro onde impera um vale tudo de produções as mais diversas e todas válidas.
Como temos vários tipos de público, precisamos de vários tipos de cinema, e nesta "maionese geral" há um nicho para cada diretor. Conseqüentemente, Jayme Monjardim também terá o seu espaço.
O que não pode haver é o desrespeito e as reações estapafúrdias contra a crítica, pois se ela está aí é para balizar e não para inflar os egos artísticos.
A crítica brasileira está crescendo e aprendendo coragem para ajudar nós, diretores, a melhorar nossas performances.


Suzana Amaral é cineasta, diretora de "Uma Vida em Segredo"


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