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Toronto premia zebra mexicana
"Bella", de Alejandro Monteverde, foi escolhido pelo voto popular como o melhor filme de festival
Já a crítica preferiu o polêmico longa britânico "Death of a President", que narra a morte ficcional do americano George W. Bush
EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A TORONTO
Foi surpreendente o anúncio
dos vencedores do 31º Festival
de Toronto, que acabou no sábado. O prêmio de melhor filme, escolhido por voto popular,
foi para "Bella", primeiro longa-metragem do diretor mexicano Alejandro Gomez Monteverde, estrelado pelo galã latino
do momento, o também mexicano Eduardo Verástegui.
O filme, que se passa em Nova York, conta a história de
uma mulher e um homem cujas
vidas são viradas de cabeça para baixo, num único dia.
Já a Fipresci (Federação Internacional dos Críticos de Cinema) premiou "Death of a President", o polêmico filme do
diretor britânico Gabriel Range, que narra o assassinato do
presidente dos EUA, George W.
Bush, cometido por um franco-atirador.
O júri justificou a escolha do
filme britânico ressaltando a
coragem com que Range "distorce a realidade para revelar
uma verdade ainda maior".
"Bella" e "Death of a President" não estavam na lista dos
longas que causaram frisson
em Toronto por serem potenciais candidatos ao Oscar.
Nessa "seleção", faziam parte
"Babel" (de Alejandro González Iñárritu, com Brad Pitt, Cate Blachett, Gael García Bernal), "All the King's Men" (de
Steve Zaillian, com Sean Penn,
Jude Law, Kate Winslet, Mark
Ruffalo), "Infamous" (de Douglas McGrath, com Toby Jones
e Sigourney Weaver) e "A Goog
Year" (de Ridley Scott, com
Russell Crowe, Albert Finney,
Freddie Highmore).
Havia uma expectativa de
que Toronto mantivesse a tendência recente de apontar caminhos para o Oscar. A influência do evento canadense em relação à Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas de
Hollywood foi levantada durante o festival por Martin Grove, colunista da revista "Hollywood Reporter".
Grove lembrou que, dos cinco longas indicados ao Oscar de
melhor filme neste ano, três
haviam tido estréia internacional ou norte-americana em Toronto: "O Segredo de Brokeback Mountain", de Ang Lee,
"Capote", de Bennett Miller, e
"Crash", de Paul Haggis, grande
vencedor.
Brasil
Além da exibição de dois filmes na mostra Contemporary
World Cinema -"Antonia",
novo longa de Tata Amaral, e
"O Céu de Suely", que o diretor
Karim Aïnouz havia lançado
em Veneza- o Brasil foi representado em Toronto por 12
produtores, que participaram
com outros 12 colegas canadenses de um encontro para o fomento de co-produções.
O evento foi organizado pela
Sav (Secretaria do Audiovisual), do lado brasileiro, e pelo
NFB (National Film Board),
pelo Canadá.
"Do lado canadense havia
dois projetos específicos que os
produtores pretendem filmar
no Brasil. Do brasileiro, a maioria dos projetos é para co-produção, mas com estágios de financiamento variados", disse o
produtor e distribuidor André
Sturm, presidente do Sindicato
da Indústria Cinematográfica
do Estado de São Paulo.
A Sav e o NFB também anunciaram que em outubro, durante a feira de audiovisual Mipcom, em Cannes, vão divulgar
os quatro projetos -de animação, documentários e ou curtas
para mídias digitais- que receberão US$ 25 mil (cerca de R$
53 mil) cada um, do fundo de
desenvolvimento de projetos
criado pelos dois países.
O repórter EDUARDO SIMÕES viajou a convite
do Consulado do Canadá em São Paulo
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