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Crítica
Lester captura ritmo dos reis de Liverpool
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Dos Beatles à minissaia, os
anos 60 foram da Inglaterra.
Até o cinema, matéria em que o
império sempre se mostrou deficiente, experimentou um momento de vivacidade, com Jack
Clayton e Lindsay Anderson,
entre outros.
Foram, em geral, promessas
e revelaram seus limites. O
mesmo não se diga de Richard
Lester. O êxito de "Os Reis do
Iê-Iê-Iê" (Telecine Cult,
14h20) -a que agora se acrescentou, antes do título, "The
Beatles"- não dependeu exclusivamente do conjunto e de
suas músicas.
Lester foi uma peça fundamental, criando um filme no
ritmo das músicas, com sua leveza, agilidade e sensualidade.
Sua mise-en-scène destaca-se
por não se impor aos Beatles (o
que seria de uma imbecilidade
insuportável), mas, ao mesmo
tempo, por não se limitar a servi-los bovinamente.
Enfim, "Os Reis" é um filme
à altura da majestade dos Beatles, mas também da carreira
subseqüente de Lester (que dirigiria, nos anos 80, dois títulos
da série "Super-Homem").
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