São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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Série

Ficção resgata a memória de Nero

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

É difícil imaginar um personagem histórico mais insultado do que o imperador romano Nero (37 - 68 d.C.). O clichê popular de que ele tocava enquanto Roma pegava fogo -incêndio que teria sido causado por ele, o que não é verdade- está tão entranhado que é a primeira coisa que se espera ver nessa minissérie. Que apesar de ser ficção, algo romantizada, não deixa de resgatar um pouco a memória do sujeito.
A enxurrada de filmes e séries de TV passadas na Roma antiga não poderia deixar de lado esse personagem tão conhecido. Por isso deve ser uma surpresa para muitos ver um Nero jovem e tentando ser um bom administrador, em vez da caricatura de praxe de um glutão, sibarita e louco. Faltou a Nero um bom profissional de relações públicas ou pelo menos um assessor de imprensa esperto. Quase tudo que sabemos dele vem de historiadores hostis que pertencem à classe senatorial romana, com quem ele vivia às turras.
Nero vem na lista, depois de Calígula, dos imperadores cruéis e amalucados. Por isso outra surpresa é ver que ele se opunha à morte de gladiadores.
A série coloca muita ênfase no relacionamento de Nero com uma ex-escrava, Cláudia Acte. Não se sabe muito dela, o que deixou o roteirista mais livre.
Esse amor algo romântico soa um tanto anacrônico, mas é inegável que incrementou bem o enredo.


NERO
Quando:
hoje e amanhã às 21h
Onde: History Channel


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