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Damon é aprendiz de assassino em "Bourne"
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REDAÇÃO
Dois tiros e um corpo boiando
no meio do oceano. Um navio de
carga convenientemente passa
pelo local e recolhe o homem. Ele
não tem memória, não sabe quem
é ou por que foi baleado, mas um
chip o leva a uma conta sigilosa na
Suíça. Começa então uma busca
desenfreada por sua identidade,
em que os reflexos vão contar
mais do que a razão.
"A Identidade Bourne" é a
adaptação de um livro escrito durante a Guerra Fria que se tornou
filme de TV. Atualizado para os
padrões atuais de violência e explosões, estréia hoje no Brasil com
Matt Damon no papel de Jason
Bourne, o responsável pela identidade que é perdida do título. O
ator, que iniciou carreira aos 14
anos -hoje com 32- conta que
não viu o anterior. "A antiga versão ficou muito datada com aquela época. Não havia nada que eu
pudesse usar", diz, em entrevista
por telefone à Folha, de sua casa,
em Nova York.
Embora não se preocupe se o
papel é de bandido ou de mocinho -"procuro só um bom roteiro"-, Damon diz que se divertiu fazendo Jason Bourne. "Tive
bastante tempo para compô-lo,
cerca de uns cinco meses, antes de
começar a filmar. Então fiz boxe e
artes marciais todos os dias e tive
um treinamento para aprender a
manejar armas. Foi como ir para
uma escola de assassinos."
Para ele, o filme tem uma certa
"licença poética", ao retratar o
mundo dos homens programados para serem assassinos, mas
essa vida existe e pode ser vista o
tempo todo entre os soldados.
"Eles são programados para matar. Nunca me encontrei com nenhuma pessoa que tenha esse tipo
de habilidade. Se eles existem, não
iam querer falar com um mero
ator sobre isso. Há operações secretas, mas eu não tive acesso a
elas. No longa, é tudo ficção."
Quando chega à Suíça, encontra
no banco uma maleta com dinheiro de diversos países e passaportes de nacionalidades dos quatro cantos do mundo. Um deles é
o brasileiro. Gostaria de conhecer
o país? "Eu adoraria. Ficaria feliz
em ir para filmar algo lá, mas seria
mais divertido ir durante as minhas férias, claro! Não sei como
países de diferentes culturas vão
aceitar o filme, mas, mesmo se for
um fracasso total por aí, ainda assim gostaria de conhecer o país."
O ator tem planos de pular para
trás das câmeras, dirigindo um filme. "Sou um apaixonado por cada fase da produção de um filme,
então acredito que seria uma progressão natural se eu acabasse
com um projeto de direção nas
mãos. Estou pensando a respeito,
quero realmente tentar."
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