São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 2002

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Damon é aprendiz de assassino em "Bourne"

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REDAÇÃO

Dois tiros e um corpo boiando no meio do oceano. Um navio de carga convenientemente passa pelo local e recolhe o homem. Ele não tem memória, não sabe quem é ou por que foi baleado, mas um chip o leva a uma conta sigilosa na Suíça. Começa então uma busca desenfreada por sua identidade, em que os reflexos vão contar mais do que a razão.
"A Identidade Bourne" é a adaptação de um livro escrito durante a Guerra Fria que se tornou filme de TV. Atualizado para os padrões atuais de violência e explosões, estréia hoje no Brasil com Matt Damon no papel de Jason Bourne, o responsável pela identidade que é perdida do título. O ator, que iniciou carreira aos 14 anos -hoje com 32- conta que não viu o anterior. "A antiga versão ficou muito datada com aquela época. Não havia nada que eu pudesse usar", diz, em entrevista por telefone à Folha, de sua casa, em Nova York.
Embora não se preocupe se o papel é de bandido ou de mocinho -"procuro só um bom roteiro"-, Damon diz que se divertiu fazendo Jason Bourne. "Tive bastante tempo para compô-lo, cerca de uns cinco meses, antes de começar a filmar. Então fiz boxe e artes marciais todos os dias e tive um treinamento para aprender a manejar armas. Foi como ir para uma escola de assassinos."
Para ele, o filme tem uma certa "licença poética", ao retratar o mundo dos homens programados para serem assassinos, mas essa vida existe e pode ser vista o tempo todo entre os soldados. "Eles são programados para matar. Nunca me encontrei com nenhuma pessoa que tenha esse tipo de habilidade. Se eles existem, não iam querer falar com um mero ator sobre isso. Há operações secretas, mas eu não tive acesso a elas. No longa, é tudo ficção."
Quando chega à Suíça, encontra no banco uma maleta com dinheiro de diversos países e passaportes de nacionalidades dos quatro cantos do mundo. Um deles é o brasileiro. Gostaria de conhecer o país? "Eu adoraria. Ficaria feliz em ir para filmar algo lá, mas seria mais divertido ir durante as minhas férias, claro! Não sei como países de diferentes culturas vão aceitar o filme, mas, mesmo se for um fracasso total por aí, ainda assim gostaria de conhecer o país."
O ator tem planos de pular para trás das câmeras, dirigindo um filme. "Sou um apaixonado por cada fase da produção de um filme, então acredito que seria uma progressão natural se eu acabasse com um projeto de direção nas mãos. Estou pensando a respeito, quero realmente tentar."


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