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Dá para "chochar"
da Reportagem Local
O livro "Babado Forte - Moda,
Música e Noite da Virada do Século 21" não está acima de qualquer suspeita.
Apesar de realizar o mais amplo
levantamento já feito sobre a cultura clubber, também peca por
excessos e omissões.
O livro dedica seis páginas sobre
o nascimento, vida e morte do
grupo "Que Fim Levou Robin?",
em 1990, um dos acontecimentos
mais bizarros da noite paulistana.
Aquele grupo liderado pelo DJ
Mauro Borges e que cantava:
"Chanel é só um corte/ Cabelo
com pontinha? Dançando noite e
dia/ Mas isso vai mudar/ Chanel
vai inspirar/ Chanel é soberana/
Chanel vai governar" (trecho de
"Aqui Não Tem Chanel", de Mauro Borges e Renato Lopes).
Espaço semelhante foi dedicado
à blitz que a casa Columbia recebeu em novembro de 1996, que levou dezenas de frequentadores
do Hell's Club para passar a manhã de domingo na delegacia ao
lado da casa noturna Columbia.
Erika, porém, não é onipresente
e, como tal, dá pouco espaço a
movimentos mais específicos e
undergrounds, como a cena industrial levada adiante em casas
como a Cais e por nomes como
Loop B, Símbolo e Pierre.
Também faz poucas referências
aos movimentos de black music,
levados adiante principalmente
pelos DJs Will Robson, Eugênio
Lima e André Ceciliato.
"Tenho um olhar mais objetivado para determinados grupos.
Veja o caso dos cybermanos, que
são os meninos de periferia que
gostam de música tecno e música
eletrônica. A primeira vez que eles
apareceram na mídia foi na coluna "Noite Ilustrada", em 97. Noticio os acontecimentos dessa comunidade, mas não dá para falar
de tudo. Se reforço às vezes o caráter de gueto é porque o êxito da
coluna se deve ao tratamento que
foi dado a microuniversos que
passaram a interessar todo mundo", justificou Palomino.
Ela também resumiu a uma
simples menção na página 130 a
memorável festa da Gabi, na Prohibidu's, em dezembro de 1997,
que contou com a insólita presença da fotógrafa norte-americana
Nan Goldin, diva do mundo underground. E a autora estava lá.
Enfim, embora o livro seja absolutamente generoso, quem quiser
vai também encontrar em sua leitura motivos para "chochar" com
a autora.
(CF)
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