São Paulo, Quinta-feira, 18 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MÚSICA
Cantora paraibana lança o álbum duplo "Solar" e estréia hoje apresentação no Palace, em São Paulo
Elba faz 20 anos de carreira com CD e show

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local

A cantora paraibana Elba Ramalho, 48, colocou de tudo um pouco em "Solar", seu novo álbum -duplo, mas comercializado pela BMG a preço "especial", ou seja, de CD simples-, que comemora 20 anos de carreira discográfica e que ela mostra ao vivo, de hoje a domingo, em São Paulo.
No primeiro volume há retrospectiva histórica -relê "O Meu Amor" e "Não Sonho Mais", ambas de Chico Buarque, e "Ave de Prata", de Zé Ramalho-, regravações de músicas de compositores como Belchior ("A Palo Seco") e Caetano Veloso ("Cajuína") e temas recentes de autores como Alceu Valença, uma parceria entre Djavan e Dominguinhos ("Retrato da Vida").
O CD 1 é, ainda, um disco de duetos. Várias das 14 faixas têm convidados -são Alceu Valença, Chico Buarque, Zé Ramalho, Lenine, Renata Arruda, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Margareth Menezes.
No segundo volume se interpõem retrospectiva (novamente) e muito forró, em composições de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, João do Vale e Cecéu, entre outros, em vários pot-pourris. Diferentemente do CD 1, de estúdio, trata-se de um disco ao vivo.
Elba defende a condensação de vários possíveis projetos num só: "Alguns gostam mais de forró, outros preferem as canções românticas. Não podia, num show ao vivo, ter tudo isso. E não queria colocar convidados demais. Mas sei que é impossível agradar a todo mundo".
Afirma que o projeto não pretendia ser análogo aos de colegas da "geração Nordeste" -Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Fagner, Belchior- pela mesma gravadora, embora todos se insiram no formato de CD duplo com retrospectivas de carreira.
"A gravadora não interferiu em nada. O projeto é todo meu. Nem me lembrei dos projetos de Zé Ramalho e dos outros."
Defende, também, um CD ao vivo a mais no mercado já saturado de produtos assim: "Eu nunca havia feito um disco ao vivo. No meu não há mentira, é como eu sou. Minha vida é na estrada".
Completa: "Nunca me acomodei, sempre apostei em artistas novos. Fui a primeira a cantar Lenine. Acabei me tornando uma intérprete diferente. Não saí fazendo um trabalho em cima de ninguém. Meu canto cresceu, estou cantando mais médios e graves, com educação e técnica".
Ela fala da seleção das faixas regravadas: "Ao longo de minha carreira, houve canções que fizeram sucesso e algumas que se perderam. Aproveitei a coisa dos 20 anos para recuperá-las. Queria cantar de novo "Nó Cego" (de Pedro Osmar), "Kukukaya'".
Essa última é de Cátia de França, conterrânea de Elba que se evidenciou na "geração Nordeste" e depois se recolheu -embora tenha lançado, no ano passado, um disco pouco difundido pelo selo independente CPC-Umes.


Show: Solar
Artista: Elba Ramalho
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, São Paulo, tel. 0/xx/11/5051-4900)
Quando: hoje, às 21h30, sexta e sábado, às 22h, e domingo, às 20h
Quanto: de R$ 25 a R$ 55




Texto Anterior: Revista "Big" estampa diversidade do Brasil
Próximo Texto: Crítica: Acerta poucos alvos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.