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FILMES
A Magia das Águas
Globo, 15h40.
(Magic in the Water). Canadá/EUA, 1995,
98 min. Direção: Rick Stevenson. Com
Mark Harmon, Joshua Jackson, Harley
Jane Kozac. Pai psicólogo de rádio e
workaholic arruma um tempinho para
tirar férias com a família à beira de um
lago. Ali, seus dois filhos descobrem
criminosos lançando lixo tóxico nas
águas. A descoberta e o que se segue são
motivo para uma reaproximação entre
as crianças e o pai. Diversão familiar.
Entre o Amor e o Ódio
SBT, 22h30.
(A Thin Line Between Love and Hate).
EUA, 1996, 108 min. Direção: Martin
Lawrence. Com Martin Lawrence, Lynn
Whatfield. Há um bom princípio nesta
comédia dramática que marca a estréia
de Lawrence na direção: sujeito aposta
com outro que vai conquistar uma
garota. Conquista. Mas logo descobre
que a garota é pancada. A tendência do
desenvolvimento é a simplificação.
Intercine
Globo, 1h35.
A disputa pela exibição na quinta se dá
entre "Olhos de Serpente" (1993, de Abel
Ferrara, com Harvey Keitel, Madonna) e
"Herói por Acidente" (1992, de Stephen
Frears, com Dustin Hoffman, Geena
Davis).
Brother, a Máfia Japonesa
Yakuza em Los Angeles
SBT, 3h05.
(Brother). EUA/Japão, 2000, 112 min.
Direção: Takeshi Kitano. Com Takeshi
Kitano, Kuroudo Maki, Omar Epps.
Quando sua gangue é desbaratada, no
Japão, Yamamoto arranja um jeito de ir
para Los Angeles. Lá, começa uma nova
vida. Isto é, uma nova vida no meio
criminal, bem entendido. Filme do
diretor japonês mais destacado da
atualidade, jogado em horário no
mínimo impróprio.
Doce Vampira
Globo, 3h40.
(Nightlife). EUA, 1989, 93 min. Direção:
Daniel Taplitz. Com Ben Cross, Maryam
d'Abo. Vampira que desperta após
séculos e séculos, no México, se apaixona
pelo médico que lhe fez uma transfusão.
Mas seu namorado vampiro aparece
para complicar a parada. Comédia.
(IA)
A escravatura
e a abolição
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Sinhá Moça" (Canal
Brasil, às 17h) trata de abolicionismo. Ou, mais que isso, de um jovem branco e
idealista inconformado
com a escravatura.
Por que razão a nossa Cia.
Vera Cruz tratava deste tema (a abolição) em 1953
com tantos punhos rendados e luvas de pelica? Talvez
porque naquele momento a
abolição fosse sentida como
um fato mais fictício do que
real, mais simbólico do que
material.
Hoje, 51 anos depois de o
filme ser feito, a toda hora o
Brasil se depara com casos
de pessoas escravizadas, e
isso não parece nos abalar
tanto assim. Continuamos
levando a vida e achando
que só nos faltam melhores
dispositivos de segurança.
O caso da turista japonesa
esfaqueada em Copacabana
talvez tenha, no entanto,
muito a ver com essa abolição incompleta.
DOCUMENTÁRIO
Especial resgata vida e obra de Lupicínio
IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Como a transformação da tristeza em música era sua especialidade, não é impossível que o
compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), se estivesse
vivo, hoje escrevesse um samba-canção lamentando a melancólica
e aparentemente inexorável marcha de seu Grêmio -de cujo hino
ele é o autor- rumo à Série B do
Campeonato Brasileiro.
Paladino da "dor de cotovelo"
-que ele pode não ter inventado,
mas à qual acrescentou uma bem-humorada taxinomia, qualificando-a de "municipal", "estadual"
ou "federal"-, o músico é celebrado em "A Vida e Obra de Lupicínio Rodrigues", documentário
da TVE gaúcha exibido hoje.
O eixo do especial são imagens
de um programa de 1972, no qual
Lupicínio aparece contando "causos" e cantando clássicos. Chega a
surpreender vê-lo com brilho nos
olhos e sorridente, com interpretações cuja suavidade e delicadeza
criam aparente contraste com o
dolorido extravasamento lírico
que permeia as músicas.
Essas imagens são alternadas
com depoimentos de familiares e
conhecidos, além de imagens de
arquivo de intérpretes e parceiros,
como Jamelão e Rubens Santos.
Há preciosos registros de Paulinho da Viola cantando "Nervos
de Aço" e Ciro Monteiro a entoar,
arrebatado, "Se Acaso Você Chegasse", além de Wanderley Cardoso se esbaldando em um arranjo kitsch de "Cadeira Vazia" e
Adriana Calcanhoto em um approach distanciado de "Loucura".
Se a riqueza do material de arquivo justifica que se assista ao
programa, infelizmente a pesquisa de texto ficou aquém da de
imagens e suas lacunas fazem
com que o documentário não esteja à altura de seu título. O roteiro
é frouxo e mal-amarrado, com lugares comuns que pululam na
mesma proporção em que as informações são escassas. O músico
que deslocou para o sul o eixo
geográfico do sucesso da música
popular brasileira merecia mais.
A VIDA E OBRA DE LUPICÍNIO
RODRIGUES. Quando: hoje, às 15h30,
na Rede SescSenac.
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