São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2004

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FILMES

A Magia das Águas
Globo, 15h40.
 
(Magic in the Water). Canadá/EUA, 1995, 98 min. Direção: Rick Stevenson. Com Mark Harmon, Joshua Jackson, Harley Jane Kozac. Pai psicólogo de rádio e workaholic arruma um tempinho para tirar férias com a família à beira de um lago. Ali, seus dois filhos descobrem criminosos lançando lixo tóxico nas águas. A descoberta e o que se segue são motivo para uma reaproximação entre as crianças e o pai. Diversão familiar.

Entre o Amor e o Ódio
SBT, 22h30.
  
(A Thin Line Between Love and Hate). EUA, 1996, 108 min. Direção: Martin Lawrence. Com Martin Lawrence, Lynn Whatfield. Há um bom princípio nesta comédia dramática que marca a estréia de Lawrence na direção: sujeito aposta com outro que vai conquistar uma garota. Conquista. Mas logo descobre que a garota é pancada. A tendência do desenvolvimento é a simplificação.

Intercine
Globo, 1h35.

A disputa pela exibição na quinta se dá entre "Olhos de Serpente" (1993, de Abel Ferrara, com Harvey Keitel, Madonna) e "Herói por Acidente" (1992, de Stephen Frears, com Dustin Hoffman, Geena Davis).

Brother, a Máfia Japonesa Yakuza em Los Angeles
SBT, 3h05.
   
(Brother). EUA/Japão, 2000, 112 min. Direção: Takeshi Kitano. Com Takeshi Kitano, Kuroudo Maki, Omar Epps. Quando sua gangue é desbaratada, no Japão, Yamamoto arranja um jeito de ir para Los Angeles. Lá, começa uma nova vida. Isto é, uma nova vida no meio criminal, bem entendido. Filme do diretor japonês mais destacado da atualidade, jogado em horário no mínimo impróprio.

Doce Vampira
Globo, 3h40.
 
(Nightlife). EUA, 1989, 93 min. Direção: Daniel Taplitz. Com Ben Cross, Maryam d'Abo. Vampira que desperta após séculos e séculos, no México, se apaixona pelo médico que lhe fez uma transfusão. Mas seu namorado vampiro aparece para complicar a parada. Comédia. (IA)

A escravatura e a abolição

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Sinhá Moça" (Canal Brasil, às 17h) trata de abolicionismo. Ou, mais que isso, de um jovem branco e idealista inconformado com a escravatura.
Por que razão a nossa Cia. Vera Cruz tratava deste tema (a abolição) em 1953 com tantos punhos rendados e luvas de pelica? Talvez porque naquele momento a abolição fosse sentida como um fato mais fictício do que real, mais simbólico do que material.
Hoje, 51 anos depois de o filme ser feito, a toda hora o Brasil se depara com casos de pessoas escravizadas, e isso não parece nos abalar tanto assim. Continuamos levando a vida e achando que só nos faltam melhores dispositivos de segurança.
O caso da turista japonesa esfaqueada em Copacabana talvez tenha, no entanto, muito a ver com essa abolição incompleta.

DOCUMENTÁRIO

Especial resgata vida e obra de Lupicínio

IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Como a transformação da tristeza em música era sua especialidade, não é impossível que o compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974), se estivesse vivo, hoje escrevesse um samba-canção lamentando a melancólica e aparentemente inexorável marcha de seu Grêmio -de cujo hino ele é o autor- rumo à Série B do Campeonato Brasileiro.
Paladino da "dor de cotovelo" -que ele pode não ter inventado, mas à qual acrescentou uma bem-humorada taxinomia, qualificando-a de "municipal", "estadual" ou "federal"-, o músico é celebrado em "A Vida e Obra de Lupicínio Rodrigues", documentário da TVE gaúcha exibido hoje.
O eixo do especial são imagens de um programa de 1972, no qual Lupicínio aparece contando "causos" e cantando clássicos. Chega a surpreender vê-lo com brilho nos olhos e sorridente, com interpretações cuja suavidade e delicadeza criam aparente contraste com o dolorido extravasamento lírico que permeia as músicas.
Essas imagens são alternadas com depoimentos de familiares e conhecidos, além de imagens de arquivo de intérpretes e parceiros, como Jamelão e Rubens Santos. Há preciosos registros de Paulinho da Viola cantando "Nervos de Aço" e Ciro Monteiro a entoar, arrebatado, "Se Acaso Você Chegasse", além de Wanderley Cardoso se esbaldando em um arranjo kitsch de "Cadeira Vazia" e Adriana Calcanhoto em um approach distanciado de "Loucura".
Se a riqueza do material de arquivo justifica que se assista ao programa, infelizmente a pesquisa de texto ficou aquém da de imagens e suas lacunas fazem com que o documentário não esteja à altura de seu título. O roteiro é frouxo e mal-amarrado, com lugares comuns que pululam na mesma proporção em que as informações são escassas. O músico que deslocou para o sul o eixo geográfico do sucesso da música popular brasileira merecia mais.


A VIDA E OBRA DE LUPICÍNIO RODRIGUES. Quando: hoje, às 15h30, na Rede SescSenac.


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