|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BrasilConnects vai manter sua programação
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de não ter sido comunicado formalmente, o presidente-executivo da BrasilConnects,
Emilio Kalil, já não conta com a
presença de Edemar Cid Ferreira,
presidente do Conselho da entidade. "Sinto que ele está, agora,
ocupado com o patrimônio dele,
não posso falar com o Edemar a
cada cinco minutos como fazia
antes. Ele faz falta, claro, é nosso
dínamo, nossa energia central",
disse Kalil, anteontem, à Folha.
Criada em 2001, a partir da Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, organizadora da Mostra do
Redescobrimento, a BrasilConnects se manteve por muito tempo com o aporte financeiro do
Banco Santos. Segundo a Folha
apurou, o banco funcionava como caixa de emergência na organização das mostras, até os patrocínios serem fechados, o que deve
fazer falta a partir de agora.
"O Banco Santos já teve grande
importância, mas a BrasilConnects não tem nenhuma ligação
jurídica com o banco. Atualmente, nossa única ligação é o Edemar. Nossas últimas exposições,
como a da moda, em cartaz, foram todas patrocinadas por outras entidades. Até mesmo o Bradesco, que bancou com exclusividade "Picasso na Oca", diz Kalil.
Kalil não acredita que a intervenção do Banco Central no Banco Santos possa influenciar negativamente a BrasilConnects: "Não
há crise pela frente. Estamos mantendo o cronograma de exposições como previsto."
No próximo ano, o foco da BrasilConnects será o ano do Brasil
na França, onde organiza quatro
eventos, e a abertura de uma exposição sobre o Tropicalismo, em
maio, no Museu do Bronx, em
Nova York. Todas elas ainda em
captação de patrocínio. "É sempre assim que trabalhamos, nosso
patrocínio é fechado pouco antes
de abrirmos as exposições", conta
Kalil. A exposição do Tropicalismo é uma co-produção com o
Museu de Chicago e o Museu do
Bronx, que irá circular ainda por
Londres e Lisboa, antes de chegar
a São Paulo, em 2007.
Já em Paris, das exposições organizadas pela BrasilConnects,
duas delas, uma sobre arte indígena e outra sobre fotografia brasileira, prevêem a exibição da peças
do acervo pessoal de cerca de 10
mil peças de Cid Ferreira. Por
conta da indisponibilidade de
seus bens, decretada por causa da
intervenção no Banco Santos,
surgiu a dúvida se as obras da coleção poderiam sair do país.
Segundo o advogado Yves Gandra da Silva Martins, consultado
ontem pela Folha, as obras podem sair, desde que as instituições que organizam a mostra na
França garantam, ao interventor
do banco, que elas irão retornar
ao Brasil. "Tanto faz as peças estarem indisponíveis aqui como lá, o
que não pode acontecer é elas serem vendidas. Não expor seria
mais negativo para a imagem do
país do que expor", disse Martins.
Já no Brasil, em 2005, ainda não
há programação definida. "Estamos acertando que a exposição
"Fashion, Passion" siga para o Rio
e, na Oca, temos previstas mostras sobre o Vaticano e a Índia. Só
não temos as datas certas, pois a
mostra do Vaticano só irá acontecer após o Iphan liberar a ida de
Aleijadinhos para serem expostos
no Vaticano, e a exposição sobre a
Índia está em acertos finais", diz
Kalil.
(FCY e MCC)
Texto Anterior: Banco Santos: Intervenção divide mercado das artes Próximo Texto: Artes plásticas: MAC reúne obras premiadas de 12 bienais paulistas Índice
|