São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2004

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ARTES PLÁSTICAS

Exposição exibe 98 trabalhos que receberam prêmios nas primeiras edições da maior mostra do Brasil

MAC reúne obras premiadas de 12 bienais paulistas

ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na entrada, à direita, obras de arte premiadas em 1951. À esquerda, as vencedoras de 1953. No centro, um texto explica a importância do que está por vir. Assim, a montagem de "Prêmios Bienais -Acervo MAC USP" já diz a que veio: em cinco salas tenta passar um pouco da história e da importância da bienal paulista com a exposição de 98 obras agraciadas com os prêmios regulamentares, de aquisição e grandes prêmios nas 12 primeiras mostras.
Entre os trabalhos estão peças como o "Grande Móbile Branco" (1948) de Alexander Calder, que recebeu o prêmio de aquisição na segunda edição da mostra, em 1953; e "Plano em Superfícies Moduladas nº2" de Lygia Clark, também premiado com aquisição em 1957, na quarta bienal. Há também trabalhos mais recentes, como o "Impresso sobre Pedra", de 1973, de Chihiro Shimotani, grande prêmio da 12ª bienal.
Antoni Tàpies, Willi Baumeister, Oswaldo Goeldi, Alfredo Volpi, Jesus Soto, Aldemir Martins, Ivan Serpa, Roger Chastel e Victor Brecheret são outros artistas que compõe a exposição.
Apesar da divisão inicial, a organização da exposição não é exatamente cronológica. O chefe de museografia do MAC, Gabriel Borba, explica que preferiu "infiltrar" obras que não fazem parte do contexto histórico em alguns espaços temáticos, ora para causar estranhamento, ora para dar mais sentido ao conjunto de obras. Assim, da mesma maneira que Volpi e Di Cavalcanti dividem uma mesma parede -como já haviam dividido o grande prêmio de pintura da bienal de 1953, de forma a criar um contexto lógico-, as pedras de Shimotani de 1973 estão dispostas junto a trabalhos de 1951.
Certas passagens da exposição têm intenção de ajudar o visitante com algum tipo de contextualização histórica. É o caso da sala que abriga pintores naïf e cubistas. "Aqui tínhamos o desejo de mostrar como era a arte no início dos anos 50", explica Borba.
Mais à frente, a intenção de dar informação ao visitante fica óbvia com a chamada "sala de reflexão". No espaço, estão as duas pinturas, nacional e internacional, que levaram o grande prêmio de 1951, ano da primeira bienal de São Paulo; os retratos de Yolanda Penteado -por Di Cavalcanti- e de Ciccillo Matarazzo -por Quirino da Silva-, únicas pinturas que não participaram de bienais; três projeções simultâneas de todas as obras premiadas; e, principalmente, uma linha do tempo com dados históricos sobre as 28 bienais de São Paulo.
A retrospectiva histórica da parede ensina ao visitante, por exemplo, que, em 1957, o artista brasileiro Flávio de Carvalho foi recusado pela curadoria; que, em 1963, os modernistas foram homenageados; que, em 1967, o trabalho "Meditação sobre a Bandeira Nacional" foi retirado pela PM; que, na década de 1970, a bienal foi boicotada por muitos artistas e deixou de premiar trabalhos.


PRÊMIOS BIENAIS-ACERVO MAC USP. Onde: MAC USP (r. da Reitoria, 160, Cidade Universitária, tel. 0/xx/11/3091-3039). Quando: ter. a sex., das 10h às 19h, sáb. dom. e feriados, das 10h às 16h. Até 30/01. Entrada franca.


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