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ARTES PLÁSTICAS
Exposição exibe 98 trabalhos que receberam prêmios nas primeiras edições da maior mostra do Brasil
MAC reúne obras premiadas de 12 bienais paulistas
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na entrada, à direita, obras de
arte premiadas em 1951. À esquerda, as vencedoras de 1953. No
centro, um texto explica a importância do que está por vir. Assim,
a montagem de "Prêmios Bienais
-Acervo MAC USP" já diz a que
veio: em cinco salas tenta passar
um pouco da história e da importância da bienal paulista com a exposição de 98 obras agraciadas
com os prêmios regulamentares,
de aquisição e grandes prêmios
nas 12 primeiras mostras.
Entre os trabalhos estão peças
como o "Grande Móbile Branco"
(1948) de Alexander Calder, que
recebeu o prêmio de aquisição na
segunda edição da mostra, em
1953; e "Plano em Superfícies Moduladas nº2" de Lygia Clark, também premiado com aquisição em
1957, na quarta bienal. Há também trabalhos mais recentes, como o "Impresso sobre Pedra", de
1973, de Chihiro Shimotani, grande prêmio da 12ª bienal.
Antoni Tàpies, Willi Baumeister, Oswaldo Goeldi, Alfredo Volpi, Jesus Soto, Aldemir Martins,
Ivan Serpa, Roger Chastel e Victor
Brecheret são outros artistas que
compõe a exposição.
Apesar da divisão inicial, a organização da exposição não é exatamente cronológica. O chefe de
museografia do MAC, Gabriel
Borba, explica que preferiu "infiltrar" obras que não fazem parte
do contexto histórico em alguns
espaços temáticos, ora para causar estranhamento, ora para dar
mais sentido ao conjunto de
obras. Assim, da mesma maneira
que Volpi e Di Cavalcanti dividem
uma mesma parede -como já
haviam dividido o grande prêmio
de pintura da bienal de 1953, de
forma a criar um contexto lógico-, as pedras de Shimotani de
1973 estão dispostas junto a trabalhos de 1951.
Certas passagens da exposição
têm intenção de ajudar o visitante
com algum tipo de contextualização histórica. É o caso da sala que
abriga pintores naïf e cubistas.
"Aqui tínhamos o desejo de mostrar como era a arte no início dos
anos 50", explica Borba.
Mais à frente, a intenção de dar
informação ao visitante fica óbvia
com a chamada "sala de reflexão".
No espaço, estão as duas pinturas,
nacional e internacional, que levaram o grande prêmio de 1951,
ano da primeira bienal de São
Paulo; os retratos de Yolanda
Penteado -por Di Cavalcanti-
e de Ciccillo Matarazzo -por
Quirino da Silva-, únicas pinturas que não participaram de bienais; três projeções simultâneas
de todas as obras premiadas; e,
principalmente, uma linha do
tempo com dados históricos sobre as 28 bienais de São Paulo.
A retrospectiva histórica da parede ensina ao visitante, por
exemplo, que, em 1957, o artista
brasileiro Flávio de Carvalho foi
recusado pela curadoria; que, em
1963, os modernistas foram homenageados; que, em 1967, o trabalho "Meditação sobre a Bandeira Nacional" foi retirado pela PM;
que, na década de 1970, a bienal
foi boicotada por muitos artistas e
deixou de premiar trabalhos.
PRÊMIOS BIENAIS-ACERVO MAC USP.
Onde: MAC USP (r. da Reitoria, 160,
Cidade Universitária, tel. 0/xx/11/3091-3039). Quando: ter. a sex., das 10h às
19h, sáb. dom. e feriados, das 10h às 16h.
Até 30/01. Entrada franca.
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