São Paulo, quinta-feira, 18 de novembro de 2004

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Wells inaugurou tradições na ficção científica

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando foi escrito, "A Guerra dos Mundos" não era a ficção implausível que parece ser hoje; ao contrário, mostrava conceitos aceitáveis no contexto científico do final do século 19.
Em 1898, o romancista britânico Herbert George Wells (1866-1946) ousou retratar uma hipotética invasão da Terra por marcianos -única saída para a sobrevivência do povo de Marte, segundo o astrônomo americano Percival Lowell (1855-1916).
Desde 1895, Lowell propagandeava sua hipótese de que os canais observados em Marte (uma ilusão de ótica) fossem construções artificiais de uma civilização prestes a se extinguir, enquanto seu planeta se transformava num deserto. Vários de seus contemporâneos consideraram a existência dessa civilização uma possibilidade.
Somente com o envio das primeiras sondas ao planeta vermelho, a partir dos anos 60, foi que todos se convenceram de que os marcianos não estavam lá. No entanto, o estrago já estava feito.
H.G. Wells inaugurou algumas tradições na ficção científica. Primeiro, estabeleceu os marcianos como protagonistas, sendo seguido por outros nomes da literatura, como o americanos Edgar Rice Burroughs e o russo Alexei Tolstoi. Em segundo lugar, elevou o estilo catastrofista a um novo patamar. Em uma adaptação de "Guerra" para o rádio, em 1938, Orson Welles instituiu o caos em Nova York; milhares de ouvintes pensaram ser real o ataque marciano.


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