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TEATRO
Sete espetáculos alternativos serão encenados durante sete horas no Teatro de Arena Eugênio Kusnet
"OcupArena" faz "vigília" noite adentro
free-lance para a Folha
Depois de vir à luz no dia de Finados, o projeto "OcupArena"
termina demonstrando que o teatro alternativo (ou experimental,
ou...) dá sinais de vida longa. A
prova de fôlego é a jornada teatral
que acontece hoje, noite adentro,
com sete espetáculos encenados
durante cerca de sete horas.
O palco da "vigília" é o Teatro
de Arena Eugênio Kusnet, na região central de São Paulo. Mais
precisamente o seu térreo, transformado em espaço alternativo
que abrigou temporadas semanais de peças a R$ 1,99.
Além do retrospecto, a noite reserva a estréia de "Voragem",
uma "pocket leitura performática", como prefere o diretor César
Ribeiro, da Cia. Cachorra. Trata-se da reunião de crônicas publicadas pelo escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996).
Em "O Anti-Shakespeare", que
ocupa a última semana do Arena,
o grupo Círculo de Comediantes e
seu diretor, Marco Antonio Braz,
seguem atualizando Nelson Rodrigues (1912-1980). Desta vez, o
tema é a morte, dos mais recorrentes na obra do autor.
As demais peças de hoje são: "A
Pricissão", texto e direção de Gero
Camilo; "Primeiro Fausto", de
Fernando Pessoa, com direção de
Wolfgang Panneck; "Baudelaire
-O Pai do Rock", texto e direção
de Leo Lama; "Os Malefícios do
Tabaco", de Anton Tchecov, com
Paschoal da Conceição; e "Exercícios Para Padre e Banda Nº 1 Opus
1999", de Marquês de Sade, com
direção de Marcelo Marcus Fonseca.
"Esta noite especial prova que o
que está moribundo é o sistema
de produção cultural, os órgãos
governamentais, as leis vagabundas de incentivo, mas não a gente
de teatro, que toma atitude para
fazer alguma coisa", desabafa
Fonseca, 28, idealizador do projeto.
(VALMIR SANTOS)
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