São Paulo, terça-feira, 18 de dezembro de 2007

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Vinicius de Oliveira, ator de "Central do Brasil", começa "por baixo" como diretor

DA REPORTAGEM LOCAL

Na carreira de ator, Vinicius de Oliveira conheceu cedo o sucesso. Aos 13, protagonizou "Central do Brasil" (1998), título de Walter Salles que venceu o Urso de Ouro em Berlim, foi indicado ao Oscar e se tornou um ponto de referência na história do cinema brasileiro.
Aos 22, após rodar outro filme com Walter Salles -o inédito "Linha de Passe" (co-dirigido por Daniela Thomas), em que interpreta um jovem aspirante a craque do futebol-, Oliveira decidiu "começar por baixo" a carreira de diretor.
No set de José Eduardo Belmonte, encerrado no último sábado, em São Paulo, ele foi estagiário de direção. Cada vez que o diretor estava prestes a gritar "ação", Oliveira batia a claquete e saía de cena. Num canto do set, observava a movimentação da câmera, dos atores e o modo como o diretor os conduzia.
Um dia, acabou sendo escalado para "quebrar um galho" como ator. Se as cenas não forem cortadas na edição, ele será visto em "Se Nada Mais Der Certo" como o bandido Cabeludo. "Faço parte de uma quadrilhazinha que planeja fazer um mega-assalto", descreve. Não é uma ponta minúscula. "Tenho até algumas falas", diverte-se.
O desejo de dirigir brotou em Oliveira "pouco depois de "Central do Brasil'", diz. "Quando a gente atua, o personagem vem pronto. Acho que vou saber aproveitar melhor meu lado artístico dirigindo. É um projeto que tenho para o futuro."

Faculdade
No ano que vem, Oliveira começará a freqüentar um curso de cinema, no Rio de Janeiro, onde vive. Mas não tem a pretensão de concluir a faculdade no prazo regulamentar.
"Devo terminar o curso em oito ou dez anos", diz, rindo do próprio exagero. Paralelamente às aulas, ele quer continuar estagiando em sets. "Vai ser proveitoso aprender ao mesmo tempo na teoria e na prática."
Outra interrupção já prevista na vida acadêmica de Oliveira será feita na hora de divulgar a estréia de "Linha de Passe", que tem chances de ocorrer num festival internacional, no primeiro semestre de 2008.
Sem data, ou melhor, "para daqui a uns 15 ou 20 anos", ele acaricia a idéia de levar às telas um de seus livros favoritos, "Griffin e Sabine - Uma Correspondência Extraordinária", do inglês Nick Bantock.
Acha que será interessante dar a forma de imagens à história da relação entre o pintor Griffin Moss e Sabine, a mulher que, vivendo em outra parte do mundo e sem nunca ter encontrado Moss, é capaz de "enxergar" suas obras, enquanto estão sendo criadas. (SA)


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