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foco
Vinicius de Oliveira, ator de "Central do Brasil", começa "por baixo" como diretor
DA REPORTAGEM LOCAL
Na carreira de ator, Vinicius
de Oliveira conheceu cedo o sucesso. Aos 13, protagonizou
"Central do Brasil" (1998), título de Walter Salles que venceu
o Urso de Ouro em Berlim, foi indicado ao Oscar e se tornou
um ponto de referência na história do cinema brasileiro.
Aos 22, após rodar outro filme com Walter Salles -o inédito "Linha de Passe" (co-dirigido por Daniela Thomas), em que interpreta um jovem aspirante a craque do futebol-, Oliveira decidiu "começar por baixo" a carreira de diretor.
No set de José Eduardo Belmonte, encerrado no último sábado, em São Paulo, ele foi estagiário de direção. Cada vez que
o diretor estava prestes a gritar
"ação", Oliveira batia a claquete
e saía de cena. Num canto do
set, observava a movimentação
da câmera, dos atores e o modo
como o diretor os conduzia.
Um dia, acabou sendo escalado para "quebrar um galho" como ator. Se as cenas não forem
cortadas na edição, ele será visto em "Se Nada Mais Der Certo" como o bandido Cabeludo.
"Faço parte de uma quadrilhazinha que planeja fazer um mega-assalto", descreve. Não é
uma ponta minúscula. "Tenho
até algumas falas", diverte-se.
O desejo de dirigir brotou em
Oliveira "pouco depois de "Central do Brasil'", diz. "Quando a
gente atua, o personagem vem
pronto. Acho que vou saber
aproveitar melhor meu lado artístico dirigindo. É um projeto
que tenho para o futuro."
Faculdade
No ano que vem, Oliveira começará a freqüentar um curso
de cinema, no Rio de Janeiro,
onde vive. Mas não tem a pretensão de concluir a faculdade
no prazo regulamentar.
"Devo terminar o curso em
oito ou dez anos", diz, rindo do
próprio exagero. Paralelamente às aulas, ele quer continuar
estagiando em sets. "Vai ser
proveitoso aprender ao mesmo
tempo na teoria e na prática."
Outra interrupção já prevista
na vida acadêmica de Oliveira
será feita na hora de divulgar a
estréia de "Linha de Passe", que
tem chances de ocorrer num
festival internacional, no primeiro semestre de 2008.
Sem data, ou melhor, "para
daqui a uns 15 ou 20 anos", ele
acaricia a idéia de levar às telas
um de seus livros favoritos,
"Griffin e Sabine - Uma Correspondência Extraordinária", do
inglês Nick Bantock.
Acha que será interessante
dar a forma de imagens à história da relação entre o pintor
Griffin Moss e Sabine, a mulher
que, vivendo em outra parte do
mundo e sem nunca ter encontrado Moss, é capaz de "enxergar" suas obras, enquanto estão
sendo criadas.
(SA)
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