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EXPOSIÇÃO
Museu de arte contemporânea francesa empresta parte de seu acervo; tema da mostra é memória e presente
Acervo do Rochechouart vem ao Brasil em 99
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
O Museu de Arte Contemporânea de Rochechouart -situado na
região de Haute Vienne, a cerca de
400 km de Paris- traz ao Brasil,
no segundo semestre do ano que
vem, parte de seu acervo para mostrar que nem só de passado vive a
arte francesa.
Segundo o adido cultural do
Consulado Geral da França no Rio
de Janeiro, Marc Pottier, "a produção contemporânea francesa é
bastante expressiva e existe uma
preocupação em divulgá-la em
países da América do Sul".
"Nossa intenção é continuar a
valorizar a França patrimonial,
trazendo ao Brasil grandes exposições de artistas clássicos, mas também mostrar uma nova França,
contemporânea", disse Pottier.
"Tivemos a sorte de conhecer
bem Jean-Marc Prevost, diretor do
Museu de Rochechouart, um dos
mais importantes de arte contemporânea da Europa, e que está com
sua coleção disponível."
O museu, inaugurado em 1985,
ocupa um castelo medieval e, durante todo o ano que vem, estará
fechado para obras de ampliação
-o que tornou possível a realização desta exposição.
No início da semana, Prevost esteve em São Paulo e no Rio para visitar algumas instituições e escolher os locais da mostra.
Em São Paulo, a exposição será
realizada no Paço das Artes, de 25
de julho a 15 de setembro. Também acontecerão no MuBE (Museu Brasileiro de Esculturas) projeções de vídeos e palestras.
No Rio, a mostra será na Casa
França-Brasil e ocupará salas do
Centro Cultural Light e do Centro
de Arte Hélio Oiticica, em outubro
e novembro.
Prevost disse que ficou surpreso
com as boas condições técnicas
dos museus e centros culturais que
visitou. "Percebi que os espaços estão preparados para receber grandes exposições. A dificuldade de
realizar eventos fica por conta da
falta de verba pública permanente
para as instituições, como acontece na França."
Os custos da exposição serão divididos entre o governo francês e
as instituições que abrigarão a
mostra, por meio de patrocinadores ou recursos próprios.
Antes de chegar ao Brasil, a mostra passará por Buenos Aires, em
março e abril, e por Santiago, de
maio a julho.
Obras
A exposição no Brasil apresentará 23 obras, que abordam dois temas: memória e presente. Grandes
instalações serão os destaques.
A maior delas, "Le Grenier du
Château" (2,2m x 1m x 2m), de
Christian Boltanski com colaboração de Anette Messager, é constituída por um varal que sustenta
um emaranhado de lençóis, formando uma espécie de labirinto
por onde o público caminha. Nos
lençóis, os artistas registraram
uma série de desenhos, alguns deles feitos com sangue.
Segundo o diretor, as instalações
que serão apresentadas por Suzanne Lafont mostram a preocupação
da artista com a realidade política e
social do mundo. Em serigrafias,
ela retrata personagens considerados excluídos da sociedade e procura inseri-los em estruturas arquitetônicas.
A exposição não é apenas de artistas franceses. Dentre outros estrangeiros, está o italiano Michelangelo Pistoletto, que vai mostrar
"Una Donna" -serigrafia composta de um espelho, no qual o espectador vê sua imagem refletida
ao lado de uma foto de mulher.
Prevost afirmou que, além de divulgar a arte contemporânea francesa, também pretende conhecer o
trabalho de novos artistas brasileiros para, no futuro, promover uma
exposição da arte contemporânea
brasileira no Museu de Rochechouart.
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