São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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Picasso


Depois do "ano Monet" e do "ano Dalí", 1999 será o ano do pintor espanhol, com mostras que reúnem todas as fases de sua obra, em vários Estados do país


CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

Em 1997, foi Claude Monet. No ano passado, Salvador Dalí. Este ano, com crise e tudo, uma nova estrela já desponta como a monopolizadora das atenções das artes plásticas no país.
Trata-se do espanhol Pablo Picasso (1881-1973), o mais influente pintor deste século, que desembarca no país em três mostras.
A programação começa em junho, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, que acerta com a empresa argentina produtora de eventos, Texoart, a realização de uma mostra com cerca de 60 obras do artista, entre óleos, gravuras, desenhos e cerâmicas.
A mostra deve cobrir todas as fases criativas de Picasso. A Texoart é velha conhecida dos brasileiros. Foi a organizadora das mostras "Dalí Monumental" e "Tesouros do Kremlin".
Picasso é apenas uma das atrações do MNBA este ano, que promete ainda mostras com as vanguardas russas e italianas da primeira metade do século.
"Estamos nos beneficiando de todo um trabalho de adequação técnica dos espaços, que nos permite receber grandes mostras internacionais", disse Heloísa Aleixo Lustosa, diretora do museu.
O MNBA, porém, vai ter que procurar um novo parceiro paulistano, uma vez que o Masp, museu que poderia acolher a mostra em São Paulo, já optou por uma outra seleção de trabalhos do artista espanhol e assim dispensou a mostra da Texoart.
Segundo o presidente Júlio Neves, o Masp vai ficar com a mostra de Picasso que estréia no MAM-Rio no dia 15 de julho próximo.
As obras irão desembarcar em um MAM mais moderno que nunca, uma vez que o carioca Museu de Arte Moderna deverá ter passado por uma boa reforma (leia texto nesta página). Toda essa agitação carioca se deve, em parte, à reunião que o G7 (grupo dos sete países mais industrializados) realiza no Brasil em junho.
A mostra do MAM está sendo curada por Dominique Dupuis-Labbé, do museu Picasso, em Paris, e contará apenas com obras do acervo do museu francês realizadas entre 1939 e 1945 (período da Segunda Guerra Mundial).
Entre as obras já confirmadas estão as telas "Busto de Mulher com Chapéu Listrado" (1939), "Mulher Chorando" (1937), "Menino com Lagosta" (1941), "Homem com Chapéu de Palha Tomando Sorvete" (1938) e as esculturas "Gato" e "Caveira", ambas de 1943.
A mostra vai ocupar o primeiro andar do museu e contará com desenho museográfico de Emanoel Araújo, diretor da Pinacoteca de São Paulo.
A programação se completa fora do eixo Rio-São Paulo, com uma mostra no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, em Recife, que parece disposto a entrar definitivamente no circuito.
O museu recebe em novembro a série de gravuras "Suite 156", que, segundo o diretor Marcos Lontra, é uma das três únicas séries completas existentes no mundo. A série vem de Valência, na Espanha, que já emprestou, no ano passado, a "Suite Vollard", vista no Mamam e em vários museus brasileiros.



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