|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cowboy Junkies mostra pendor para o rock básico
da Reportagem Local
Outra que continua na estrada é a
banda canadense Cowboy Junkies,
que protagoniza -há mais tempo- fenômeno parecido ao vivido
por Chris Isaak.
"Miles from Our Home", seu oitavo álbum, pronuncia o pendor
do grupo ao rock'n'roll básico,
afastando-o mais do temperamento acústico, entre folk e country, de
anos anteriores.
A banda começara roqueira, com
"Whites Off Earth Now!!" (86),
mas foi conquistar credibilidade e
prestígio com os manifestos à delicadeza "The Trinity Session" (88),
"Caution Horses" (90) e "Black
Eyed Man" (92).
Aí o estilo Cowboy Junkies já não
era novidade, e a banda foi sendo
relegada ao segundo plano no decorrer dos discos seguintes, "Pale
Sun, Crescent Moon" (94), "200
More Miles" (95, ao vivo) e "Lay It
Down" (96).
Nesse último, a influência roqueira -sempre presente- de
Neil Young tomou corpo (embora
em 90 a banda já flertasse com ele,
relendo "Powderfinger", de 79) e
ganhou a boca de cena.
"Miles from Our Home" intensifica a aproximação com o Neil
Young mais áspero, de "After the
Gold Rush" (70) ou "Rust Never
Sleeps" (79). E, diferentemente do
que acontece com Isaak, tudo parece muito natural.
O CD ganha os ouvidos já pela
primeira música, "New Dawn Coming", uma das mais fortes que a
banda já compôs. Ali, a aspereza
roqueira não ofusca a voz da crooner Margo Timmins -ao contrário, ressalta-a. Logo mais, "Hollow
As a Bone" retomará a textura de
"New Dawn Coming", em outro
instante inspirado do CD.
Os rocks se sucedem coerentes,
ora pendendo ao country ("Miles
from Our Home"), ora ao baladão
dramático ("Good Friday"), ora a
climões de road movie ("Darkling
Days"). É a mesma banda, cometendo as mesmas belezas, para
quem ainda tiver paciência.
(PAS)
²
Disco: Miles from Our Home
Grupo: Cowboy Junkies
Lançamento: Geffen/Universal
Quanto: R$ 18, em média
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|