São Paulo, Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 1999
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VIDA BANDIDA
A porta

VOLTAIRE DE SOUZA
Nada traz de volta a juventude. Dona Débora tinha cerca de 70 anos. Morava há muito tempo no interior paulista. A saudade apertou. Veio a São Paulo para lembrar os antigos tempos. Ela tinha sido uma famosa atriz do rebolado. Champanhe. Farras. Mundo teatral. Procurou a sala de espetáculos onde antigamente se apresentava. Abriu a porta prateada. O teatro era agora um templo religioso. Os gritos e blasfêmias vieram do fundo de seu coração. Foi neutralizada por um segurança. Chora com amargura o triunfo da virtude sobre o pecado.
Cada porta que se abre é outra que se fecha.


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