São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2004

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RUÍDO

Warner "reestrutura" com demissões

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Começou a parte brasileira da "reestruturação mundial" da Warner Music, definida pela nova direção da multinacional, que foi vendida por US$ 2,6 bilhões.
No caso da filial nacional, uma leva de demissões reduziu o quadro de funcionários em cerca de 10%, de acordo com o diretor de marketing da casa, Marcelo Maia. O departamento de assessoria de imprensa, por exemplo, foi extinto.
"Não foi catastrófico, só uma reestruturação natural", define Maia. Fala-se na demissão de mil pessoas no mundo todo, mas aqui, segundo ele, foram dispensados oito funcionários de um total próximo a 70.
Neste início de ano, Sony Music e Trama já demitiram funcionários. O mercado fonográfico como um todo caiu 18% no ano passado.
O elenco de artistas da Warner segue com 14 nomes -e não será modificado por enquanto, segundo a gravadora. Estão hoje na Warner Gilberto Gil, O Rappa, Barão Vermelho, Maria Rita, Preta Gil e Kelly Key, Detonautas e Daniel, entre outros.
O diretor de marketing tenta mirar o lado positivo da crise: "Hoje nós somos uma gravadora independente, a maior do mercado mundial. A companhia está preparada para mudanças de mercado. O fato de ser independente vai nos dar agilidade e competitividade".
Divisão musical da Time Warner (a maior empresa de mídia dos EUA), a gravadora de nomes como Madonna e R.E.M. foi vendida em dezembro a um grupo de investidores liderados pelo canadense Edgar Bronfman Jr., ex-diretor do grupo Seagram e da Universal Music.

Milton Nascimento
O mais célebre entre os artistas que saíram da Warner, Milton Nascimento negocia com outras multinacionais a distribuição dos produtos de seu selo independente, Nascimento.
Desse modo, deve lançar neste ano o documentário em DVD "A Sede do Peixe", o DVD musical-teatral "Ser Minas Tão Gerais" (em que canta e atua) e o songbook de sua obra musical, em três volumes. O Nascimento deve lançar também CD da cantora Marina Machado, em 2005.

O NÃO-LANÇAMENTO

Um dos mistérios do samba-soul dos 70 se chamou Hélio Matheus, uma espécie de lado B de Hyldon, que se esbaldava criando samba-rock, soul music, psicodelia, balada cafona e o que mais lhe desse na telha. Em 75, "Matheus segundo Matheus" (RCA, hoje BMG) condensou a obra do autor-cantor, que fora antes veiculado por Elis Regina ("Comunicação", 70), Wanderléa (no clássico samba-rock "Kriola", de 73) e Antonio Marcos ("Meu Segredo", 73). Mais tarde, ele colaborou com a Banda Black Rio, reforçou o samba-rock (compondo para Franco o divertido "Rock do Rato", de 78) e fez música para as novelas da Rede Globo (como a linda "Boi da Cara Branca", incluída em "O Astro", de 78). E caiu no anonimato.

SOLO NO CARDUME
Ex-líder do grupo hardcore pernambucano Sheik Tosado, China estreará carreira solo em abril, pelo novo selo carioca Cardume. A produção é de Dado Villa-Lobos, ex-Legião Urbana, e China pratica o que chama de "samba nervoso" -mistura de rock com bossa nova. O Cardume começa com um pacote de minidiscos de artistas novos, com apenas seis faixas cada, a R$ 12,90.

SOLOS MOCOTÓ
A YB Music bancará discos solo de dois dos integrantes do Trio Mocotó, o histórico Nereu Gargalo e o neófito Skowa, que liderou a banda A Máfia na virada dos anos 80 para os 90 e foi incorporado em 2003 ao trio que brilhou nos anos 60 e 70, acompanhando Jorge Ben.

HERMÍNIO & ARACY
O produtor e agitador musical Hermínio Bello de Carvalho concluiu o livro "Araca - Arquiduquesa do Encantado", à procura de refrescar memória sobre a impagável Aracy de Almeida. O produtor Heron Coelho e o jornalista Alexandre Pavan, por sua vez, estão escrevendo a biografia de Hermínio, a sair no ano que vem. Aracy faria 90 anos em 2004, Hermínio completa 70 em 2004.

psanches@folhasp.com.br


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