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RUÍDO
Warner "reestrutura" com demissões
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Começou a parte brasileira
da "reestruturação mundial" da Warner Music, definida
pela nova direção da multinacional, que foi vendida por US$
2,6 bilhões.
No caso da filial nacional, uma
leva de demissões reduziu o
quadro de funcionários em cerca de 10%, de acordo com o diretor de marketing da casa, Marcelo Maia. O departamento de
assessoria de imprensa, por
exemplo, foi extinto.
"Não foi catastrófico, só uma
reestruturação natural", define
Maia. Fala-se na demissão de
mil pessoas no mundo todo,
mas aqui, segundo ele, foram
dispensados oito funcionários
de um total próximo a 70.
Neste início de ano, Sony Music e Trama já demitiram funcionários. O mercado fonográfico como um todo caiu 18% no
ano passado.
O elenco de artistas da Warner
segue com 14 nomes -e não será modificado por enquanto, segundo a gravadora. Estão hoje
na Warner Gilberto Gil, O Rappa, Barão Vermelho, Maria Rita,
Preta Gil e Kelly Key, Detonautas e Daniel, entre outros.
O diretor de marketing tenta
mirar o lado positivo da crise:
"Hoje nós somos uma gravadora independente, a maior do
mercado mundial. A companhia está preparada para mudanças de mercado. O fato de
ser independente vai nos dar
agilidade e competitividade".
Divisão musical da Time Warner (a maior empresa de mídia
dos EUA), a gravadora de nomes como Madonna e R.E.M.
foi vendida em dezembro a um
grupo de investidores liderados
pelo canadense Edgar Bronfman Jr., ex-diretor do grupo
Seagram e da Universal Music.
Milton Nascimento
O mais célebre entre os artistas
que saíram da Warner, Milton
Nascimento negocia com outras
multinacionais a distribuição
dos produtos de seu selo independente, Nascimento.
Desse modo, deve lançar neste
ano o documentário em DVD
"A Sede do Peixe", o DVD musical-teatral "Ser Minas Tão Gerais" (em que canta e atua) e o
songbook de sua obra musical,
em três volumes. O Nascimento
deve lançar também CD da cantora Marina Machado, em 2005.
O NÃO-LANÇAMENTO
Um dos mistérios do samba-soul dos 70 se chamou
Hélio Matheus, uma espécie
de lado B de Hyldon, que se
esbaldava criando samba-rock, soul music, psicodelia,
balada cafona e o que mais
lhe desse na telha. Em 75,
"Matheus segundo Matheus" (RCA, hoje BMG)
condensou a obra do autor-cantor, que fora antes veiculado por Elis Regina ("Comunicação", 70), Wanderléa
(no clássico samba-rock
"Kriola", de 73) e Antonio
Marcos ("Meu Segredo",
73). Mais tarde, ele colaborou com a Banda Black Rio,
reforçou o samba-rock
(compondo para Franco o
divertido "Rock do Rato", de
78) e fez música para as novelas da Rede Globo (como a
linda "Boi da Cara Branca",
incluída em "O Astro", de
78). E caiu no anonimato.
SOLO NO CARDUME
Ex-líder do grupo hardcore
pernambucano Sheik Tosado,
China estreará carreira solo em
abril, pelo novo selo carioca
Cardume. A produção é de
Dado Villa-Lobos, ex-Legião
Urbana, e China pratica o que
chama de "samba nervoso"
-mistura de rock com bossa
nova. O Cardume começa com
um pacote de minidiscos de
artistas novos, com apenas seis
faixas cada, a R$ 12,90.
SOLOS MOCOTÓ
A YB Music bancará discos
solo de dois dos integrantes do
Trio Mocotó, o histórico Nereu
Gargalo e o neófito Skowa, que
liderou a banda A Máfia na
virada dos anos 80 para os 90 e
foi incorporado em 2003 ao
trio que brilhou nos anos 60 e
70, acompanhando Jorge Ben.
HERMÍNIO & ARACY
O produtor e agitador
musical Hermínio Bello de
Carvalho concluiu o livro
"Araca - Arquiduquesa do
Encantado", à procura de
refrescar memória sobre a
impagável Aracy de Almeida.
O produtor Heron Coelho e o
jornalista Alexandre Pavan,
por sua vez, estão escrevendo a
biografia de Hermínio, a sair
no ano que vem. Aracy faria 90
anos em 2004, Hermínio
completa 70 em 2004.
psanches@folhasp.com.br
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