São Paulo, sexta-feira, 19 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SHOW

Após polêmicas e internação, cantora estréia repertório na cidade natal

Rita Lee ultrapassa estresse do sucesso de "Balacobaco"

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Rita Lee, 56, volta ao batente. Após duas semanas passadas em repouso no hospital Albert Einsten, por estresse, ela estréia hoje a versão "terra natal" do show "Balacobaco", que iniciou carreira no Rio de Janeiro, no início do ano.
No Canecão carioca, Rita iniciou polêmica involuntária ao criticar com ironia São Paulo e as celebrações de seus 450 anos, das quais ela própria participaria dias depois. Rita disse ao Rio que São Paulo não sabe fazer festa -e provocou reações bairristas na cidade onde nasceu.
Se naquela ocasião ela se defendeu no palco da incompreensão alheia, hoje minimiza a celeuma. Em entrevista concisa por e-mail à Folha, culpa a mídia pelo barulhinho, esquecida das correntes de e-mails indignados que circularam pela internet, criticando-a.
Fala também sobre a virada do disco "Balacobaco", lançado pela gravadora da Rede Globo, que já vendeu 300 mil cópias e significa sua volta ao êxito comercial em composições exclusivamente inéditas, após anos de apoio nos formatos de "ao vivo" e releituras.
 

Folha - O Brasil ficou preocupados com sua saúde. O que aconteceu, afinal? Você já está bem?
Rita Lee -
Despreocupem-se, pois. Eis que minha saúde está nos trinques. Não teria motivo para esconder nada. Anos atrás saiu um boato de que eu estaria com leucemia, foi tão maciço que até eu acreditei, precisei fazer exame de sangue para minha mãe ficar tranqüila. Desta vez eu tive só um estresse, de tanto trampar.

Folha - Voltar a fazer sucesso com "Balacobaco" te assusta? Você tem uma relação difícil com o sucesso?
Rita -
Realmente parece que temos que pedir desculpas ao fazer sucesso no Brasil. Posso não ter sido uma grande vendedora de discos nos últimos anos, mas meus shows sempre estiveram lotados.

Folha - As pessoas não entenderam suas declarações sobre São Paulo? As reações te magoaram?
Rita -
Minhas brincadeiras não chegaram muito até o público paulista. Ficou mais na área jornalística.

Folha - Você criticou São Paulo? Ou era uma declaração enviesada de amor?
Rita -
Moro em São Paulo há 57 anos. Ou eu sou masoquista, ou amo São Paulo de paixão.

Folha - "Balacobaco" é um momento particularmente inspirado? A retomada da ligação com a Globo ajudou em sua boa aceitação?
Rita -
Cruzes! Você não vai me dar nenhum crédito nisso?

Folha - Você disse em entrevista à "Revista da MTV": "Tem hora que estar vivo vira uma prisão, porque me sinto presa dentro do meu corpo, passo um sufoco". Poderia falar um pouco mais sobre isso?
Rita -
Basta estar vivo para se sentir sufocado vez ou outra.

Folha - Você fala de "Ovelha Negra" (75) ora com cansaço, ora citando a cumplicidade com seu marido e seu filho, quando a tocam. Sucessos cansam ou descansam?
Rita -
Você precisa assistir ao show para entender melhor como essa coisa de "família Leema" funciona entre nós, hehehe.

Folha - As inéditas estarão no show? Como o público tem reagido a elas? Como você reage a elas?
Rita -
Vamos apresentar bastante do disco novo, mas sei que o público também espera ouvir antigonas no meio. A reação tem sido muito boa, esse disco chegou bacana à mesa do brasileiro.

Folha - Por que colocou botox? Por que não gostou do resultado?
Rita -
Minha geração se chama "are you experienced?". Pensei que fosse me esticar toda num passe de mágica, mas soube que botox não se aplica apenas uma vez, tem que partir para uma manutenção. Desconfio não ter saco.

O que você acha do bombeiro Albucacys?
Rita -
Ele parece separado do berço de Alec Baldwin. Luma de Oliveira teve bom gosto.


BALACOBACO. Onde: Tom Brasil Nações Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, SP, tel. 0/xx/11/2163-2000). Quando: hoje, amanhã, 26/3 e 27/3, às 22h; 21/3, às 20h. Quanto: de R$ 40 a R$ 100.


Texto Anterior: Mamma Roma
Próximo Texto: Ruído: Warner "reestrutura" com demissões
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.