|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SHOW
Após polêmicas e internação, cantora estréia repertório na cidade natal
Rita Lee ultrapassa estresse do sucesso de "Balacobaco"
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Rita Lee, 56, volta ao batente.
Após duas semanas passadas em
repouso no hospital Albert Einsten, por estresse, ela estréia hoje a
versão "terra natal" do show "Balacobaco", que iniciou carreira no
Rio de Janeiro, no início do ano.
No Canecão carioca, Rita iniciou polêmica involuntária ao criticar com ironia São Paulo e as celebrações de seus 450 anos, das
quais ela própria participaria dias
depois. Rita disse ao Rio que São
Paulo não sabe fazer festa -e
provocou reações bairristas na cidade onde nasceu.
Se naquela ocasião ela se defendeu no palco da incompreensão
alheia, hoje minimiza a celeuma.
Em entrevista concisa por e-mail
à Folha, culpa a mídia pelo barulhinho, esquecida das correntes
de e-mails indignados que circularam pela internet, criticando-a.
Fala também sobre a virada do
disco "Balacobaco", lançado pela
gravadora da Rede Globo, que já
vendeu 300 mil cópias e significa
sua volta ao êxito comercial em
composições exclusivamente inéditas, após anos de apoio nos formatos de "ao vivo" e releituras.
Folha - O Brasil ficou preocupados com sua saúde. O que aconteceu, afinal? Você já está bem?
Rita Lee - Despreocupem-se,
pois. Eis que minha saúde está
nos trinques. Não teria motivo
para esconder nada. Anos atrás
saiu um boato de que eu estaria
com leucemia, foi tão maciço que
até eu acreditei, precisei fazer exame de sangue para minha mãe ficar tranqüila. Desta vez eu tive só
um estresse, de tanto trampar.
Folha - Voltar a fazer sucesso com
"Balacobaco" te assusta? Você tem
uma relação difícil com o sucesso?
Rita - Realmente parece que temos que pedir desculpas ao fazer
sucesso no Brasil. Posso não ter sido uma grande vendedora de discos nos últimos anos, mas meus
shows sempre estiveram lotados.
Folha - As pessoas não entenderam suas declarações sobre São
Paulo? As reações te magoaram?
Rita - Minhas brincadeiras não
chegaram muito até o público
paulista. Ficou mais na área jornalística.
Folha - Você criticou São Paulo?
Ou era uma declaração enviesada
de amor?
Rita - Moro em São Paulo há 57
anos. Ou eu sou masoquista, ou
amo São Paulo de paixão.
Folha - "Balacobaco" é um momento particularmente inspirado?
A retomada da ligação com a Globo
ajudou em sua boa aceitação?
Rita - Cruzes! Você não vai me
dar nenhum crédito nisso?
Folha - Você disse em entrevista à
"Revista da MTV": "Tem hora que
estar vivo vira uma prisão, porque
me sinto presa dentro do meu corpo, passo um sufoco". Poderia falar
um pouco mais sobre isso?
Rita - Basta estar vivo para se
sentir sufocado vez ou outra.
Folha - Você fala de "Ovelha Negra" (75) ora com cansaço, ora citando a cumplicidade com seu marido e seu filho, quando a tocam.
Sucessos cansam ou descansam?
Rita - Você precisa assistir ao
show para entender melhor como
essa coisa de "família Leema" funciona entre nós, hehehe.
Folha - As inéditas estarão no
show? Como o público tem reagido
a elas? Como você reage a elas?
Rita - Vamos apresentar bastante do disco novo, mas sei que o
público também espera ouvir antigonas no meio. A reação tem sido muito boa, esse disco chegou
bacana à mesa do brasileiro.
Folha - Por que colocou botox?
Por que não gostou do resultado?
Rita - Minha geração se chama
"are you experienced?". Pensei
que fosse me esticar toda num
passe de mágica, mas soube que
botox não se aplica apenas uma
vez, tem que partir para uma manutenção. Desconfio não ter saco.
O que você acha do bombeiro Albucacys?
Rita - Ele parece separado do
berço de Alec Baldwin. Luma de
Oliveira teve bom gosto.
BALACOBACO. Onde: Tom Brasil Nações
Unidas (r. Bragança Paulista, 1.281, SP,
tel. 0/xx/11/2163-2000). Quando: hoje,
amanhã, 26/3 e 27/3, às 22h; 21/3, às
20h. Quanto: de R$ 40 a R$ 100.
Texto Anterior: Mamma Roma Próximo Texto: Ruído: Warner "reestrutura" com demissões Índice
|