|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"...E o Vento Levou" é o 1º clássico da Coleção Folha
Edição especial do filme, com livro e making of, chega às bancas no próximo domingo
DVD extra mostra saga para produzir obra, marcada por troca de diretores, alta expectativa e dificuldade na seleção da atriz principal
DA REPORTAGEM LOCAL
Prestes a completar 70 anos,
"...E O Vento Levou" continua
inabalável em seu posto de
grande clássico da história do
cinema americano.
No próximo domingo, dia 22,
esse épico vencedor de oito Oscars, exibido pela primeira vez
em dezembro de 1939, dá partida à Coleção Folha Clássicos
do Cinema.
Ao todo, a coleção apresenta
20 representantes da diversidade de gêneros e da qualidade
artística da produção hollywoodiana, organizados em volumes compostos por ao menos
um DVD e por um livro contendo informações como histórias
da produção, biografias e textos
críticos.
O primeiro volume traz um
bônus especial: além do livro e
de dois discos com "...E o Vento
Levou", há um DVD extra, com
"O Making of de uma Lenda".
Incluído na edição comemorativa de 65 anos do filme -que
teve tiragem limitada e hoje é
raridade-, o making of pode
ser visto como a melhor confirmação da frase do cineasta
francês Jacques Rivette: "Todo
filme é um documentário sobre
seu modo de produção".
Cheia de percalços e reviravoltas, a história do empreendimento para erguer "...E o Vento
Levou" é tão emocionante
quanto o filme.
O making of se faz valer de
um belo manancial de imagens
de arquivo, mas talvez sua
maior riqueza esteja nos memorandos escritos pelo produtor do filme, David O. Selznick.
São textos que revelam perfeccionismo, além de mostrar vacilos e dúvidas.
Os direitos de adaptação do
livro, um épico romântico escrito pela estreante Margaret
Mitchell, foram comprados por
Selznick antes mesmo de sua
publicação. A principal responsável por isso foi Kay Brown,
olheira do produtor para bons
materiais literários inéditos,
que teve acesso aos originais e
lhe passou a dica.
Da assinatura do contrato
-em junho de 1936, na mesma
semana em que o romance foi
publicado- à pré-estreia do filme -em dezembro de 1939-,
passaram-se atribulados três
anos e meio. O faro de Brown se
confirmou: "...E o Vento Levou" tornou-se um best-seller
fenomenal, o que elevou a expectativa em torno do filme a
proporções inimagináveis.
Percalços
A escolha do galã que viveria
Rhett Butler (Clark Gable) foi
relativamente rápida e indolor,
mas a seleção da heroína Scarlett O'Hara permaneceu incerta até bem perto do início das
filmagens. Quem ganhou o papel foi a até então desconhecida
atriz britânica Vivien Leigh.
A escolha do diretor também
parecia óbvia. George Cukor,
parceiro de Selznick em vários
projetos bem-sucedidos, era o
nome ideal.
Mas o começo das filmagens
sinalizava um desastre. Em dez
dias, havia apenas 23 minutos
de filme, sendo que dez precisavam ser refilmados. Após anos
preparando o filme, Cukor e
Selznick se desentenderam, e
Cukor foi substituído por Victor Fleming. Mais tarde, Fleming abandonaria o set, irritado com as intervenções de Selznick, e seria substituído por
Sam Wood.
Um dos melhores momentos
do documentário reconstitui a
primeira sessão-teste do filme,
em um cinema de Riverside. A
programação previa uma sessão dupla, mas, depois da comédia romântica "Hawaiian
Nights", o gerente do cinema
anunciou que a principal atração da noite, "Beau Geste", não
seria exibida. O público protestou, mas o gerente avisou que o
cinema havia sido selecionado
para a primeira exibição de
uma "grande produção de
Hollywood". Basta o nome do
filme aparecer na tela para a
plateia explodir em aplausos.
Nascia, ali, um dos maiores sucessos da história do cinema.
Texto Anterior: Comida: Onda Andina Próximo Texto: Televisão/Música: VH1 aborda a infância bizarra de Britney Índice
|