São Paulo, sábado, 19 de março de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mulatu Astatké traz ao Brasil estilo de autoria própria

Apresentações do criador do ethio-jazz, que aproxima ritmos africanos e latinos, têm ingressos já esgotados

Músico foi redescoberto pelo grande público com sua inclusão na trilha sonora do filme "Flores Partidas"

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não existe experiência igual à de ouvir a música de Mulatu Astatké. O compositor, arranjador e instrumentista etíope de 68 anos é criador e maior expoente de seu próprio estilo, que chama de ethio-jazz.
Tocando vibrafone, órgão ou piano elétrico, de suas primeiras gravações nos anos 60 até seu mais recente álbum, "Mulatu Steps Ahead", de 2010, o músico cria sonoridade particular, tranquila e sofisticada, também já chamada de afro-latin soul.
Nos últimos anos redescoberto em grande escala -muito por causa da inclusão de sua música na trilha do filme "Flores Partidas" (2005), de Jim Jarmusch, e de gravações ao lado de jovens como Heliocentrics e Either/ Orchestra-, Astatké vem pela primeira vez ao Brasil para duas apresentações no Sesc Vila Mariana, hoje e amanhã, com ingressos já esgotados.
"Estou há mais de 40 anos estudando e desenvolvendo essa música", explica o compositor.
"Aproximei ritmos africanos e latinos, desenvolvi mudanças harmônicas, abri espaço para a improvisação, busquei as conexões e contrastes entre o jazz e a música etíope. É uma bela fusão."
Primeiro africano a estudar na famosa Berklee College of Music, em Boston, Astatké chegou a gravar com a banda de Duke Ellington e assume-se admirador de Coltrane e Gil Evans. Mas, esclarece, o que faz é um passo além do jazz tradicional.
"O ethio-jazz é uma coisa nova, uma combinação única de vários elementos", diz.
"Exatamente como a bossa nova, que se tornou uma linguagem própria."
As semelhanças, aliás, não terminam aí. "A música brasileira tem suas raízes na África, elas são muito próximas", nota.
"Gostaria muito de desenvolver uma nova fusão, entre a música etíope e a brasileira. Seria interessante descobrir como as duas se encontram."



MULATU ASTATKE
QUANDO sáb., às 21h, e dom., às 18h
ONDE Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, tel. 0/xx/11/5080-3000)
QUANTO R$ 42
CLASSIFICAÇÃO 12 anos



Texto Anterior: Crítica/contos: Teresa Veiga transita entre enigmas e extemporaneidade
Próximo Texto: Acervo Folha relata tsunamis e tremores
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.