São Paulo, quinta, 19 de março de 1998

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ATRIZ
Hunt desafia inglesas

AMIR LABAKI
de Nova York

Uma plebéia americana promete desbancar quatro damas inglesas na corrida pelo Oscar de melhor atriz.
Aos 34 anos, Helen Hunt encontrou na garçonete pé-no-chão de "Melhor É Impossível" o cartão de entrada para o clube das grandes atrizes do cinema.
Hunt deve seu estrelato à telessérie "Louco por Você" ("Mad About You", Sony/Canal 21).
Antes de "Melhor É Impossível", ela chamara atenção como a esposa adúltera do independente "The Waterdance" (1992) e como a cientista durona do megahit "Twister". Nada se compara, contudo, à composição seca, rica e carismática da Carol Connelly do novo filme.
Hunt faz parecer fácil a um personagem combinar força e fragilidade, amargor e otimismo. Bastaria o solo em que ela pranteia a própria solidão para a mãe solidária para inscrever sua atuação como um dos triunfos da década.
As quatros concorrentes britânicas deveriam satisfazer-se já com a indicação. A mais forte é "Dame' (o equivalente feminino a "Sir') Judi Dench como a rainha Vitória de "Sua Majestade, Mrs.Brown", que estréia amanhã no Brasil. Aos 63 anos, 40 dos quais dedicados aos palcos ingleses, Dench ganha o papel cinematográfico de sua carreira, depois de popularizar sua imagem como a mandona M da nova série James Bond.
Kate Winslet reafirma em "Titanic" o potencial exibido em "Razão e Sensibilidade", mas terá outras chances. Helena Bonham Carter foi além da eficiência habitual em "Asas do Amor", ainda que um Oscar seja um exagero. Por fim, nossa deusa dos anos 60, Julie Christie, volta encantadoramente madura em "Afterglow", de Alan Rudolph. O grito final, de fêmea ferida, valeu-lhe a indicação. Já está de bom tamanho.



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