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THE RAGE - CARRIE 2
Filme é um abacaxi dos diabos
ANDRÉ BARCINSKI
especial para a Folha, de Nova York
Em 1976, Brian De Palma dirigiu
Carrie (no Brasil, Carrie a Estranha), um filme de terror sobre uma
adolescente tímida e com poderes
paranormais (interpretada por
Sissy Spacek) que, num acesso de
fúria contra os colegas de classe,
acaba destruindo a escola e matando dezenas de pessoas.
Esta semana, 23 anos depois, estreou nos EUA "The Rage - Carrie
2", de Katt Shea, diretora que começou a carreira fazendo filmes de
terror para o papa do cinema B,
Roger Corman.
O filme não pode ser considerado exatamente uma continuação
do Carrie original, já que quase todos os personagens do primeiro
filme morreram. Mas a história é
basicamente a mesma: uma adolescente tímida e com poderes paranormais se vinga de um grupo de
rapazes da escola, que provocaram
o suicídio de sua melhor amiga.
A única personagem do filme
original a reaparecer na continuação é a psicóloga Sue Snell (Amy
Irving, mulher do cineasta brasileiro Bruno Barreto), que, em 1976,
era a melhor amiga de Carrie e agora aconselha adolescentes.
Como um filme demora mais de
duas décadas para ganhar uma sequência? No caso de Carrie, a história é simples: ninguém teria pensado em ressuscitar o "franchise"
se, nos últimos dois ou três anos,
diversos filmes que exploram o filão "terror para adolescentes", como "Pânico", não tivessem atraído
um público enorme.
Tanto que, em vez de batizar o filme apenas de "Carrie 2", adicionou o nome "The Rage" ao título
da fita. A explicação é simples: como o primeiro filme foi feito há
mais de 20 anos, existem muitos
jovens que não o conhecem.
A verdade é que o novo "Carrie"
é um abacaxi dos diabos. O filme
parece mesmo ter sido costurado
às pressas só para lucrar na esteira
dos "Pânicos" da vida. A estrutura
é idêntica à do primeiro filme: Carrie, a menina tímida e feiosa do colégio, vive se escondendo pelos
cantos, até que atrai a atenção de
um bonitão da classe. Os outros
alunos, maldosos como só adolescentes em filmes americanos conseguem ser, fingem aceitar Carrie,
mas armam uma cilada para humilhá-la. No final, ela usa a mente para mandar tudo pelos ares.
"Carrie 2" tem efeitos especiais
muito bons e algumas cenas de
violência exagerada, mas deixa
muito a desejar em termos de roteiro e direção.
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