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VIDA BANDIDA
A estatueta
VOLTAIRE DE SOUZA
É grande a expectativa.
Um Oscar para o cinema
brasileiro. Ródson tinha
muitas razões para torcer.
Trabalhava de faxineiro numa estação de trens. "A
Central sou eu." No seu humilde ofício, começou a ver
nobreza e dignidade.
"Thank you. Thank you." O
chão que ele limpava era como um espelho. Ele sorria
para si mesmo. Nos seus sonhos, segurava a estatueta.
Distraído, não viu o corre-corre. Nem o tiroteio. A bala
perdida atingiu seu crânio.
Estendido no chão, ele segurava a vassoura sobre o peito. Transformou-se numa
definitiva estátua. A verdadeira glória só se conquista
na eternidade.
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