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NOITE ILUSTRADA - ERIKA PALOMINO
Eu digo Ô, coitado! do DJ Laurent Garnier
MAS afinal? Por que permanece
fechado o clube mais bem equipado do Brasil? Quarenta e cinco dias
depois de sua interdição pelo Contru, a U-Turn espera a autorização
do órgão para sua reabertura, alegadamente já resolvidos os problemas que causaram seu fechamento
(obstrução de extintores, travas de
portas emperradas e saídas de
emergência), já com laudos de
bombeiros e engenheiros. Então
falta o quê? Faltam assinaturas
dentro do Contru. Os proprietários da casa, Luiz Eurico Klotz e
Roberto Pandiani, adotaram nova
tática e passam o dia sentados no
escritório do órgão municipal, esperando. Enquanto isso, os 40 funcionários da casa divulgaram anteontem manifesto pela reabertura
da casa: "Se existe, e assim nos parece, uma batalha no campo da burocracia onde querelas permanecem impedindo o andamento rápido do processo de reabertura, nós
funcionários, temendo por nossos
empregos, exigimos uma satisfação e uma ação do governo através
de seus órgãos competentes". Outros fatos que devem ser avaliados
no caso: ao que consta, a associação de moradores do Itaim não vê
com bons olhos a abertura de casa
noturna onde antes funcionava
um restaurante; os gastos por mês
para pagar todos os funcionários
contratados bate R$ 30 mil (vale
lembrar que é uma casa noturna de
primeira linha, de padrões internacionais). Uma pena, tudo isso.
Ô coitado do Laurent Garnier. Que
ficou de saco cheio de tocar para
aquela parede de gente de braço
cruzado na frente da cabine, na
B.A.S.E, sexta passada! Que nem o
deixava ver o povo fervendo nem
se mexia. Trainspotting (é assim
que chama) tem limite! "Onde estão as pessoas?", perguntava o DJ.
Eu digo: na frente, trainspotters e
cybermanos. À direita da cabine,
atrás da caixa, clubbers ortodoxos
e ex-integrantes da Nação Hell's.
Perto da piscina da direita, uma
ilha de barbies sem camisa; lado a
lado com ravers. Junto ao bar, o
povo da falação. Nos sofás, o clã do
derretimento, na noite em que um
lugar para derreter valia ouro. Bolachas e patricinhas de sandália no
segundo andar. Se foi bom? Eu
achei maravilhoso, principalmente o recheio da noite, quando o DJ
subia e descia, num som sempre
melodioso e contagiante, em mixagens sempre perfeitas, depois de
um começo de deep house de
BPMs baixos. Mas teve gente que
queria mais. E a cabine estava baixa, deixando o coitado corcunda. E
ele disse para o Guilherme M. que
acabou tendo que tocar mais pesado do que gostaria. Também! Com
aquela parede de manos na frente!
E, em minha modesta opinião, o
set de drum'n'bass foi desnecessário. E Garnier deu mais autógrafos
que teria dado a Tiazinha, até nas
costas da blusa da Lilian Mitiko. E
diz que até receber cumprimentos
de DJs e do povo, ele achava que
não tinha tocado bem, perfeccionista que é. Ô, coitado! E o Laurent
Garnier foi fino: tocou com camisa
do Hell's, uma das antigas, que
poucos têm.
E Laurent Garnier chegou bem no
dia do blecaute! Ô, coitado. E ainda
brincaram com ele falando que era
um golpe militar e que o governo
tinha caído, e o dólar iria a R$ 5! E
ele ainda teve que descer dez andares de escada do lugar onde estava,
com somente uma vela! Ô, coitado!
E em BH ele também sofreu. Mas
desta vez com o calor, com a cabine
que pulava e com o retorno, mais
alto que seu fone. Agora, Garnier
chega de Buenos Aires na quarta,
quando toca no Rio, no Rock in
Rio Café, ainda em conjunto com a
Ellus/"On Speed". E na quinta Garnier volta para a civilização. E como disse a minha amiga Marcelona, mon edi!
E clubber que é clubber se joga no
fim-de-semana! Hoje Pil Marques
toca house no Lov.e (r. Pequetita,
189); depois tem dois after-hours
na cidade, na Lôca (Frei Caneca,
916) e na Disco Fever (al. dos Arapanés), onde o top DJ Renato Lopes recebe Mauricio Lopes, o mais
talentoso DJ de tecno do Rio. Amanhã, o convidado de George Actv
no after-hours Lov.e in Paradise é
o DJ TM, o Tony, vai. E depois tem
o chill out Eden, de Oscar Bueno,
no bar Egotrip, em Pinheiros, com
Mr. Gil, Julio e George Actv.
E hoje tem também a inauguração
da B.A.S.E/Diesel. E como é que é o
nome disso? Bom, é a versão gay da
casa, que agora recebe o clã de Sergio Kalil (ex-Mad Queen) e absorve Cesar Semensato. É o que importa.
E diz que sábado passado Flavinha
Ceccato recebeu convidado ilustre
no Lov.e: Caetano Veloso. A sala
supervip nem abriu.
E tem mais uma edição do Oscar
do Gourmet, onde você pode ou
não ir fantasiado tipo Hollywood
para assistir à transmissão pela
TV. E alguém consegue calar a boca pra ouvir? A festa já está virando
um clássico da noite.
E é o brasileiro Cacá de Souza
quem cuida pessoalmente da roupa de Fernanda Montenegro no
Oscar, dentro da poderosa Maison
Valentino.
ACABOU a W<. A sensacional
marca do estilista belga Walter van
Beirendonck será comercializada
apenas na Ásia (!!!) e não terá mais
feminino. É que o Walt vai se dedicar agora à uma marca principal
que leva seu nome, já comercializada em sua loja na Bélgica. E como é que a gente vai fazer modelo
agora!!! Eu digo tô passada!
ALTA concentração de modernos
na Escola Panamericana de Arte da
Angélica (tipo Beaubourg, né?) e
da Groenlândia. É lá que estão os
trabalhos premiados da Art Directors de NY, entre eles o material do
Prodigy para a "Rolling Stone",
mais os brasileiros "Pequeno Manual dos Sentidos", da Zoomp, e o
"Pra que Serve a Moda", da "Trip".
E em meio a muitos babados internos e externos, acontece terça,
quarta e quinta a quinta e mais
enrolada edição da Semana de Moda, que mostra a nova produção de
14 marcas de São Paulo. Claro que
vale a pena! Enquanto Carla Fincato estréia fazendo masculino, Jum
Nakao estréia com feminino; Mareu Nitschke (ex-Zapping) estréia
marca com seu nome com styling
de Alê Breve; Otto desfila para
Eduardo Ferreira; Igor Cavalera
toca no desfile da Cavalera em si;
Caio Gobbi orna com jóias de Antonio Bernardo suas divas latinas.
Lorenzo Merlino, de ótimo humor
este ano faz sua mais esperada coleção, com styling de Chiara Gadaletta. A festa da Chivas depois do
desfile de Lolô, na quinta, também
está sendo esperada!!!
E o espírito raver foi por água abaixo, na semana passada, com atos
de vandalismo explícito com alguns carros estacionados.
E por falar em "On Speed", descobriu-se um caso no mínimo exótico em Goiânia. A revista "Glam",
lançada em dezembro/janeiro, autodenomina-se "magazine de luxo" como a "Speed". Tem o mesmo tamanho, diagramação parecidíssima, para não dizer idêntica, e
em seu editorial usa textualmente
frases já contidas na "Speed": "vincula produtos com arte, com ações
beneficentes, o que for. A ciranda
não pode parar". Por incrível que
pareça, o plágio explícito goiano
tem mais anunciantes que a original! Coisa feia. Eu indico desde já
como truque do ano.
E o escritório central de Tommy
Hilfiger avisa que é 100% mentira a
fofoca que anda rolando na Internet, que o estilista foi ao programa
da Ophrah, chochando minorias
raciais. Simplesmente porque Hilfiger nunca foi ao programa da
meiga e porque obviamente ele é o
mais politicamente correto. A
flagstore da Oscar Freire da marca
tem data de abertura para setembro, com megafesta comandada
por Jeff Neale e Cacá Ribeiro.
E já que São Paulo agora se interessa por house, vale a pena saber que
terminou anteontem a 14ª edição
do Winter Music Conference, o
mais importante encontro de dance music do mundo, em Miami,
que reuniu 4.500 pessoas, entre
DJs, executivos de gravadora, produtores e jornalistas, em festas e
debates. O evento lança tendências
para o ano inteiro e determina as
músicas que vão fazer pistas no
mundo todo. Informação de insider que nem eu acredito que eu
consegui: a música do evento deste
ano é "You Got What I Need", do
Power House. Anote o nome e espere chegar.
E-mail: palomino@uol.com.br
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